terça-feira, 28 de dezembro de 2010

what kind of world would it be

Eu devia fazer muita coisa nesse final de ano. Organizar minha vida, nem que fosse mudar o armário, procurar algum serviço pro ano que vem, providenciar minha despedida do laboratório. Mas tudo acabou sendo atrapalhado, e não foi apenas a gripe de semana passada. Nas semanas anteriores minha avó me parou pra falar o que minha irmã estava aprontando. Ela tinha conversado com minha prima de Brasília que estava arrumando as coisas para sair de casa, e pediu que ela mantivesse segredo. Talvez tenha se esquecido com quem estava falando, pois ela contou a minha mãe antes de viajar de volta.

Dias depois minha prima 'doida' do Rio, que veio (acho que) em outubro, deixou escapar pra minha avó no telefone que estava tudo pronto pra vinda delas. Minha avó não deixou de expressar a preocupação com a minha sobrinha, com a educação que ela teria. Minha irmã tem fama adquirida de ser irresponsável e desorganizada. De fato ela não pode culpar o resto do mundo da situação que ela tinha aqui, mas não a julgo se ela quis sair daqui, uma vez que não estava se sentindo bem. Aliás, é meu pensamento desde muito tempo.

Enfim, pulando o drama infinito, como se alguém tivesse morrido, quinta-feira de manhã minha avó parou a vizinha pra dizer que elas (irmã e sobrinha) estavam guardando as coisas pra sair. A vizinha, evangélica e surpreendentemente sábia, disse a ela que criamos nossos filhos para o mundo, e que a gente deve desejar o melhor quando eles se vão. Essa foi uma facada pra toda a criação que a gente teve aqui em casa, quando não podíamos nem ficar na calçada enquanto crianças. Talvez seja a razão de toda essa revolta tardia.

Fiquei limpando o primeiro andar, ligado em cada barulho que ocorria, apesar de estar com o rádio ligado. Acontece que com todo esse clima eu esperava que, a qualquer momento, uma discussão explodisse com minha mãe pra todo mundo ouvir. Não aconteceu, e elas passaram o dia e a tarde arrumando as coisas. À noite, estou no quarto e minha irmã vem falar com minha mãe, avisando que já ia. Minha mãe então começou o monólogo engasgado desses dias, soltando argumentos furados, como se só comida e um teto garantisse um lar pra alguém. Minha irmã foi sem responder, talvez foi melhor assim.

Desde então o clima tem sido pesado por aqui. Hoje recebi um email da minha irmã dizendo que estavam bem por lá. E só hoje me caiu a ficha de que elas estavam realmente longe. Posso não ter concordado com muitas coisas que ela fez nos últimos anos, mas sem dúvida desejo muita sorte pra ela, e que ela consiga educar minha sobrinha do jeito que ela queria.

Minha motivação pra esse post nem era de contar os problemas daqui; acabei me estendendo demais. A razão foi justamente o que me deixava ainda mentalmente sadio depois de tudo. Depois de passar quase um dia sem notícias de ninguém, a resposta mais cliché ever: o que eu seria sem meus amigos. No mesmo dia da mudança, saímos e nos divertimos bastante, mesmo que estivéssemos todos tossindo e sem ânimo até pra levantar.

Pra um ano que pareceu não acabar, de tantos acontecimentos (bons e ruins), agradeço pela paciência de todos, pelos poucos momentos de resolvi compartilhar algo aleatório que me entristecia, pelos momentos que deixaram que eu ajudasse (e no final das contas, estava me ajudando também), pelas saídas, pelas fotos engraçadas, pelas pinturas de camisas, pelas primeiras noitadas da minha vida, pelas análises do povo genérico dessa cidade, pelas viagens de madrugada. Pela companhia, nem que fosse telepática.

Muito obrigado por fazer meu ano menos #fail

E aos que me distanciei nesses últimos meses, desculpa. Tenho fases que é melhor que eu fique na minha ou desconto em quem não merece. (Como se essas pessoas viessem aqui, mas vale pelo sentimento)

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Top 5 6: Séries de 2010 (03-01)

3. In Treatment
Temporadas: 3 | Status: Renovação Incerta
Quem acompanha esse blog há algum tempo sabe que essa série é a minha obsessão. Trata-se da adaptação de uma série israelense, que teve duas temporadas. Portanto, muita expectativa foi posta (por mim, lógico) nessa temporada, uma vez que seria a primeira com roteiro original. Durante a espera de mais de um ano, uma notícia boa: uma das roteiristas de Tell Me You Love Me (série que já comentei por aqui) e responsável pela adaptação das personagens adolescentes das temporadas anteriores (♥) iria continuar como roteirista. Uma notícia ruim: Dianne Weist, responsável pelas melhores cenas com Gabriel Byrne, não iria continuar, e o número de pacientes iria diminuir para três. Os personagens: Sunil, professor aposentado recém chegado da Índia que sofre com a ausência da esposa, morta há seis meses. Frances, atriz famosa que tem problemas em decorar suas falas, fato ligado diretamente com o estado de saúde da irmã, que já foi tratada por Paul. Jesse, o meu favorito, jovem de 16 anos, adotado e gay, que está em terapia por ordens do colégio onde estuda. Por fim, Paul consulta sua nova terapeuta, Adele (minha favorita), que o ajuda a lidar com os problemas com o filho mais novo, as preocupações com a saúde e o relacionamento que ele construiu com Gina (Dianne Weist), sua antiga terapeuta. Não consigo colocar as três temporadas de In Treatment em comparação, até porque elas são independentes; mas essa foi a temporada que mais me surpreendeu. Além de manter os finais abertos dos personagens (pois seria forçado demais todos ficarem felizes para sempre ao mesmo tempo), essa temporada questionou o trabalho que Gina fez durante as temporadas anteriores. Gostaria muito que fosse renovada e que Adele voltasse, a dinâmica entre ela e Paul foi o momento mais tenso dessa temporada. Se está procurando por diálogos francos e personagens que poderiam ser qualquer um à sua volta de tão verídicos, essa é a série perfeita.
Melhor Episódio: 323 Jesse: Week Six

2. LOST
Temporadas: 6 | Status: Encerrada :,(
Falar em temporada difícil de descrever, eis que chega o talvez finale mais controverso do ano. Antes de essa temporada começar, eu já estava me preparando para o que os roteiristas iriam mostrar, até porque os criadores avisaram que nem todas as perguntas seriam respondidas. Confesso que até deixei de frequentar a LostPedia para não sofrer a tentação. O finale me agradou muito e LOST com certeza estará na minha lista de melhores séries que eu já vi. Poucas séries desenvolvem personagens tão complexas e humanas, e vemos no grande final a grande evolução dos mesmos em condições tão adversas. Fica difícil não se identificar com mais de um personagem e torcer que o mesmo alcance seus objetivos... bem, nada do que aconteceu no finale eu posso falar, mas saibam que foi feliz. No geral, foi bastante satisfatório acompanhar essa série que foi uma das primeiras que acompanhei pela internet (acredito que pra bastante gente também) e terminar bem planejada. Pontos baixos: a sub-utilização de Ben Linus e a irritância de Claire durante quase toda a temporada. Ponto alto: o desfecho dos personagens na "ante-sala", e não vejo melhor forma de terem desenvolvido aquilo sem ser uma loucura que muita gente entendeu errado (ou entendeu do seu jeito, essa é a coisa boa dos finais abertos). OBS e SPOILER: Para os fãs mimimi, LOST deixou de ser científica desde que deixou de focar na Dharma, isso lá pela terceira temporada.
Melhor Episódio: 617/618 The End

1. Boardwalk Empire
Temporadas: 1 | Status: Segunda Temporada Confirmada
A não-tão-surpresa da temporada. Tudo começou com a divulgação de posteres inspirados na arte dos anos 20, que sempre gostei, mostrando parte do modo de vida da Atlanic City daquela época. Pra quem não sabe, esse período foi conhecido pela proibição de venda, fabricação e transporte de bebida alcoólica nos Estados Unidos. Depois descubro que a série é criação de Terrence Winter, criador de The Sopranos, e Martin Scorsese como um dos produtores. Alguma dúvida que temos uma grande temporada pela frente? Mas ainda foi melhor do que esperei. Não era familiar ainda com o roteiro de Winter; Sopranos é uma série que devo ver em algum momento da minha vida. Porém, é um dos textos mais bem construídos e planejados que já vi. Impressionante como cada personagem tem seu destaque na trama, assim como os famosos Al Capone e Arnold Rothstein. Não bastasse uma boa história que já prende o espectador desde o primeiro episódio (dirigido por Scorsese), temos uma produção de arte impecável e detalhista, que refletiu os costumes (moda, música, etc.) das cidades onde a história passa: Atlantic City, Chicago e Nova York. Falar em impecável, temos ainda a direção, que faz questão de aproveitar tudo que a produção e os atores têm a oferecer, e fazem um espetáculo de 50 minutos que é longe de ser cansativo de se ver. Como diz o slogan da HBO, 'não é TV'; o que mais parece são filmes que demoraram alguns meses para serem feitos, sobre uma sociedade corruptível e com uma história que tem potencial para abranger momentos políticos e sociais extremamente importantes dos Estados Unidos na época.
Melhor Episódio: 105 Nights in Ballygran

Menções (aquelas temporadas que devo assistir): The Big C, Community, Modern Family, Mad Men, Skins e The Vampire Diaries.

Próximo Top: As melhores séries assistidas esse ano
Previously: Veja aqui o Top (06-04)

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Top 5 6: Séries de 2010 (06-04)

Antes de começar minha lista de melhores álbuns, que é algo extremamente difícil de se fazer, decidi avaliar as melhores séries dessa temporada. Duas considerações: estou contando as temporadas exibidas nesse ano e as que eu pude ver, lógico. Mais abaixo irei listar tanto as séries que vi, e cujas temporadas foram exibidas em anos anteriores, além das séries que eu sei que devo assistir. Ah, mais uma consideração: vou tentar ao máximo não divulgar spoilers sobre as séries; os que eu eventualmente falar, fiquem relaxados, serão um grão de areia comparado ao que estarão por ver.

Antes de começar a lista, um fato engraçado: em algum momento da escrita citei LOST e... meu deus, LOST acabou esse ano!! E vamos à lista, tendo que encaixar LOST em algum lugar:

6. Caprica
Temporadas: 1 | Status: Cancelada
Trata-se de um spin-off da aclamada série Battlestar Galactica, que falarei no próximo post. Depois de fazer uma super maratona para ver as quatro temporadas de BSG, eis que me deparo com o piloto de Caprica, e foi um dos pilotos mais interessantes que já vi. Cinquenta anos antes dos eventos que marcam o início de Battlestar, nos deparamos com uma sociedade totalmente diferente da que temos hoje. Tecnologia no auge, com destaque para um dispositivo que praticamente transporta as pessoas para um mundo virtual, pleno de possibilidades e defeituoso de limites. Discussões morais e religiosas coninuam a ser abordadas (herança de BSG), mas de uma forma muito mais recorrente, além de questões sobre vida eterna, robótica e máfia. Tinha tudo pra ser um sucesso de crítica, certo? Mas o que deu errado para ser cancelada?! Abordar o monoteísmo como uma ameaça é extremamente arriscado, junte isso com muito suspense no começo, talvez os criadores pensassem que a série iria render mais temporadas; além disso, o perigo constante de cancelamento acabou enfraquecendo a audiência, a história teve que acelerar e as mudanças de horário e adiamentos da SyFy só fizeram piorar. Vi a série no início do ano e só terminei há duas semanas atrás, isso por causa do poder da internet, pois a SyFy só exibirá os cinco episódios finais no ano que vem (quanto respeito). Foi uma série com um incrível potencial e, se não se importarem de ver 18 episódios de uma das melhores séries sci-fi-outer-space já feitas, fiquem à vontade.
Melhor Episódio: 105 There Is Another Sky

5. Parenthood
Temporadas: 2 | Status: Segunda Temporada em Hiatus
Essa foi uma das grandes surpresas do ano. Após ver Six Feet Under, que falarei no post a seguir também, estava procurando séries que tivessem os atores principais. Como já estava assistindo Dexter (com Michael C. Hall), decidi ver Parenthood (com Peter Krause). Nos primeiros episódios você pensa "ah, mais uma série familiar", e com a péssima experiência que tive (nunca vou recuperar o tempo perdido assistindo poucos episódios de Seventh Heaven), já tinha um pé atrás. Porém são necessários poucos minutos para lhe tornar, desculpem o cliché, familiar. A sensação começa logo com uma cena entre Lauren Graham (desculpem, mas nunca vi Gilmore Girls e não a conhecia) e a linda Mae Whitman (de In Treatment), e assim a história se segue com elementos cômicos, levemente adicionados aos diálogos e sem nenhuma pretensão de ser total comédia, e ao mesmo tempo somando tramas complexas em que todos os personagens estão envolvidos. Mas vamos falar da segunda temporada, assisti tudo junto pois meu vício quis assim. Estaria realmente satisfeito se continuassem o mesmo ritmo da temporada anterior mas, como disse, me surpreendi. A evolução de todos os personagens é notável e encanta; até o patriarca, que era o único personagem que eu odiava (o restante do elenco eu amava de paixão) teve sua evolução. Todos continuam adoráveis até quando erram ou quando são irresponsáveis. Enfim, acabei não falando muito sobre a série, porque não os quero privar da experiência de uma série que continua provocando sorrisos e lágrimas, sem demais esforços.
Melhor episódio: 208 If This Boat Is A Rockin'

4. Dexter
Temporadas: 5 | Status: Sexta Temporada Confirmada
Falar dessa temporada é difícil. Indiscutível o fato que Dexter é uma das coisas mais interessantes na televisão atualmente; com o final de LOST (e foi aqui que lembrei que estava faltando nessa lista) são poucas as séries que realmente se destacam. Depois do traumático evento no final da temporada anterior, Dexter se vê sem chão, assim como todos à sua volta. Mas o grande desafio dessa temporada foi: como fechar um ciclo para o protagonista, que não tem grande interação com os demais personagens, e ainda assim não sub-utilizar o elenco? Foi uma tarefa difícil, e não acho que os argumentistas cumpriram bem a tarefa, principalmente na trama Angel&LaGuerta, que irritou 10 entre 10 espectadores. Mas em compensação, essa temporada incluiu um personagem diretamente ligado a Dexter (algo extremamente complicado de realizar e agradar), e que acabou contribuindo para a evolução mais bonita do personagem (Dexter) desde a terceira temporada. Querendo ou não, não dá pra continuar uma série com um protagonista que é praticamente o mesmo desde o piloto, e eu não gostaria que isso acontecesse com "Dexter". Foi uma evolução natural e necessária após todo o acontecido na temporada anterior, o que me reforça a confiança nos roteiristas desde sempre.
Melhor Episódio: 509 Teenage Wasteland

to be continued

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

the most pitiful month of the year

É, cheguei a uma conclusão tardia que dezembro não presta; pode continuar existindo, mas pelo menos passe muito rápido. Aliás, todo esse clima de confraternização e alegria, divulgada à exaustão nas propagandas e programas de TV não fazem muito efeito quando se vive num lar desestruturado; e quando se está sozinho (mais como um estado emocional). Acho que eles não vendem necessariamente confraternização, ou perdão, mas celebração, compra, consumo.

Papo pseudo-socialista de lado, é assim que venho me sentindo nas últimas semanas. Estranhamente, nos dias que me senti menos outsider, quando as pessoas pareciam estar mais simpáticas, era quando eu me sentia mais só, no dia seguinte. O último show que fui foi realmente o dia mais divertido de muito muito tempo, porém os dias seguintes foram os piores dias-de-vaca já registrados. Daí me lembro de um episódio de In Treatment, em que Paul pergunta "e o que aconteceu entre aquele momento e este?" e a personagem diz: "eu cheguei em casa". Minha mente acha as referências mais cruéis, mas confesso que está certa.

Primeiro que minha mãe optou por falar o mínimo possível comigo desde que cheguei tarde (antes das 0h) em casa e liguei pra ela, pois tinha esquecido de levar a chave. Eu sabia que ela não estava dormindo, porque havia visita na casa dos vizinhos e eles sempre conversam alto até altas horas. Ao menos estava livre dessa (enorme ¬¬) culpa. Mas da culpa do show eu não estava livre, pois cometi as três grandes irresponsabilidades da minha vida:

- ter saído e não avisado a que horas iria voltar (porque ela não consegue confiar em mim e pensar que estou seguro, e por isso não consegue dormir enquanto não chego - e que não é inteira culpa minha, convenhamos)
- não ter ido ajudar meu avô na feira (e que ele nem faz muita questão), cuja grande ajuda que faço é ficar no carro e evitar que alguém leve o rádio. Se alguém o fizesse, seria pura coincidência
- ter dormido a manhã inteira e não ter feito a faxina na parte de trás da casa. Assim que acordo, ela passa pela porta (entrada, na verdade, porque _orra de porta não existe), olha pra mim com aquela cara de decepção, respira fundo e volta. Mal consigo viver com uma culpa dessa nas minhas costas, né?!

O climão já não estava muito bom pra Mariana e Paloma também, então a gente resolveu sair pra fazer qualquer coisa (resolver sair pra algum lugar é algo novo para nós). Emprestei o box de Six Feet Under pra Paloma e fomos ao Subway (nota: que sanduíche bom!) analisar nossos dramas, ao som do DVD de Shakira. A conclusão do dia foi que as pessoas eram complicadas em vários níveis de loucura diferentes, mas a gente arruma os casos mais extremos por pura sorte ¬¬.

Mostrei a mensagem que pnp me mandou no dia que fez um ano que começamos a namorar, ainda esperando alguma coisa depois de tanto tempo. Discutimos então como as pessoas tendem a viver com uma percepção totalmente deturpada das coisas, dorgas fortes mesmo. Apesar de já convencido, Mariana disse que admirava (não lembro se com essas palavras) minha atitude de acabar com o relacionamento, uma vez que ia entrar num ciclo de auto-destruição triste, e para ambos os lados.

Disso não tenho mais dúvidas, e de também não sentir mais nada por ele, mas o que mais me irrita é essa falta de noção dele que me assombra. Quase um clone do ghost (logo quando o original está melhor), mas sem a presença física e indesejável. Falar em ghost, enquanto estávamos conversando sobre o assunto, como num timing absurdo ele manda outra mensagem, dizendo que está com saudades e que me ama e etc. Meu, SUMA!!! ¬¬'

Depois de desabafar, o domingo poderia ter sido melhor. Mas não, domingo tem que ser podre!
Acordei com dores no pescoço e nas costas, mal conseguia olhar pro lado; decido então fazer a faxina no dia seguinte. Passo o dia lendo no terraço e vejo o coroa do cachorro (minha mais nova obsessão) discutindo feio com uma mulher super-dramática que mora aqui perto; a discussão foi por causa do pobre do cachorro, e foi feia! Depois disso, não acho que ele deve passar mais por essa rua, desfilando seu charme. Não, esse não é o grande problema da minha vida, mas de longe era a parte mais legal-estranha do domingo.

Minutos depois, canso de ler e fico no portão, olhando a rua deserta e pensando na vida. Não consigo não pensar que, apesar dos meus esforços óbvios de infância de não causar problemas (e que continuaram até hoje), sinto que não sou valorizado por isso. Tudo bem que entendo todos os estresses da minha mãe, falo isso de verdade, entendo todos; mas daí a exigir nas entrelinhas que eu não saia e não tenha vida social já é demais. Porém minha mente dramática apenas pensa que se estivesse numa delegacia, ou vivesse drogado e roubando (casos que a vizinhança fofoqueira sempre sabe), talvez dessem valor.

Com a vaca manifestando logo cedo, minha sobrinha aparece e senta do meu lado. Ela tem essa necessidade de quebrar o silêncio mas de um jeito divertido, pois ela conta coisas de infância que te fazem lembrar inevitavelmente da própria infância. Isso até ela falar sobre Justin Bieber e Tokio Hotel. Enfim, durante os últimos meses a gente tinha ficado distante (apesar de vivermos na mesma casa) com toda a pressa da graduação e formatura, e fazia tempo que não tínhamos um quality time.

Começou a ficar quente demais e a chamei pra ver Shaun the Sheep. Minha mãe chega, nos vê no computador e começa um show, afastando os móveis do lugar com rispidez, dizendo que a casa estava sendo comida pela poeira. "Eu tinha deixado pra limpar amanhã, meu pescoço está doendo" "E eu tô boazinha aqui, né?" "E isso não pode esperar?!" "Não, eu tô boa, pode deixar". Minha tia chega e fica fazendo perguntas sem-noção, ela responde, para todos escutarem, e que faz tudo nessa casa etc.

Perco a fome e fico no terraço, onde não dá para escutar, mas em compensação algum carro de som estava perto tocando algumas músicas bregas. Estou quase explodindo e começa a tocar uma música dos Pholhas, que me lembra infância também. "Não, essa música não!", começo a chorar enquanto todos os problemas parecem se concentrar ao mesmo tempo. Rejeição, solidão, a perspectiva de que não conseguirei amar alguém que não seja pirado, a perspectiva de pensarem que estou cometendo um pecado imperdoável e irei direto ao inferno (bem, eu não acredito nisso, mas é o que penso enquanto minha mãe vê o programa de Silas Malafaia antes de ir trabalhar).

Deplorável, e não estava preocupado se os vizinhos perceberiam, nem quando meu primo apareceu do nada. Minha avó vem duas vezes perguntar se eu iria almoçar. Passei a tarde inteira dormindo na casa da frente, no menor sofá (até nisso eu penso pra não atrapalhar ninguém, what's my problem?!?!?!). Dias passam, o clima continua e minha avó me pede pra considerar, o que no final das contas estou fazendo, esse é apenas um, talvez o menor dos problemas que passam na minha cabeça. Too much to deal with.

Acabou sendo um post muito grande, e agradeço pela paciência de quem chegou até aqui. Foi tão chato de escrever quanto foi pra ler; odeio recorrer a esses assuntos novamente, mas foi o jeito. Ou explodir com qualquer coitado que ainda se importa.

:/

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

time changes everything

Todos estamos familiares com a idéia de ter grandes amigos em certo momento da vida, geralmente no colégio, e o tempo e as circunstâncias irem afastando aos poucos, certo? Não há muito o que fazer, você não perdeu a consideração com a determinada pessoa, ou deixou de gostar dela, mas seus afazeres e seu ciclo social é (inevitavelmente) outro; não tão de repente seus pensamentos mudaram (ao menos que você tenha uma queda geminiana), assim como os do antigo amigo, de modo que de restante há poucos pontos em comum. Life's a bitch, huh?

Foi assim com uma grande amiga do primeiro ano. Andávamos grudados o ano inteiro, no ano seguinte trocávamos cartas várias vezes por semana, dividindo nossas frustrações e depressão. No terceiro ano, perdemos nossa informante e nos vimos apenas umas três vezes durante o ano, apesar de estudarmos na mesma cidade. Não estou questionando nossa amizade, e não farei isso; nem deixo de desejar o melhor pra ela, e tenho certeza que é recíproco. É apenas um fato, além de naquele cansativo ano termos vestibular e minha casa estar uma bagunça emocional.

Lembro que ela foi a primeira pessoa com quem eu dividi sobre minha orientação, numa ligação chorosa, em que achei que ela ia ter um ataque de raiva (adolescentes melodramáticos). Apesar disso e de contar naquela época quais eram minhas paixonites, eu nunca tive liberdade com ela pra falar livremente sobre o caso, como eu tenho com B e Mariana atualmente. Nas poucas vezes que nos encontramos, sempre havia companhia de gente desconhecida por mim, o que não é bom para alguém em processo de aceitação.

Ás vezes penso que nossos amigos refletem, ou imprimem, algo de nós; e, em certas ocasiões, dificilmente muda. Ao reencontrá-la depois de tanto tempo, eu me lembrava do que era anos atrás, pois foi essa versão minha a que ela estava acostumada, era dessa versão que ela gostava. Claro que não penso em agir do jeito estranho de antes, mas é involuntário. Mas voltarei a essa questão depois.

A última vez que a vi foi no início do ano passado, quando ela precisou de mim pra dar um depoimento anônimo num trabalho sobre homossexualidade (devo ter postado por aqui). Enfim, foi uma situação constrangedora e me expus a gente que mal conhecia. Felizmente, os acontecimentos daquele ano me deixaram mais seguro quanto a isso. Essa é a parte que a vida (or whatever it is) faz com que você mude.

Quase dois anos depois, essa amiga reaparece. Você descobre que ela agora é dona de uma loja e está casada(!), histórias contadas na mais estranha familiaridade. "isso eh um bofh sem tempo. vc ta muito mudado eim!". Vamos pular a parte que não sabemos se é uma crítica ou elogio, apenas contemplemos a estranheza da situação: vocês vivem em mundos separados e uma diferença de quase dois anos mata qualquer tentativa de intimidade. Não quero ser falso, nem ser "uma pessoa mudada" ao mesmo tempo. Você tem carinho por uma pessoa, mas nã tem mais idéia de quem ela é.

Esses dilemas que só existem na minha cabeça. (?)

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

family issues part ∞

São vários os posts que começo a escrever sobre os problemas, daí começo a descrever tentando não cometer injustiças com quem não pode se defender, um buraco sem fim. A situação é feia, sim; envolve mais que o sumiço/distanciamento do meu pai, e a falta de senso comum-coletivo da minha irmã. Mas quer saber? chega! Não vou dizer que tentei me envolver, porque nunca tive espaço aqui mesmo; mas depois de um tempo, perdi o interesse. Estou convencido que está todo mundo por si e eu não tenho poder pra salvar o mundo, ou plantar juízo. Nem tenho talento pra fazer tudo certinho, do jeito que todo mundo deseja. Ok, já disse isso pra mim mesmo tantas vezes, já sei de cor todos os meus defeitos que me deixaram nessa situação, fiz auto-terapia incontáveis vezes... cadê sair do lugar?

Uma coisa que Thaise falou em um post, e às vezes me pego a pensar: alguns pais não valorizam os filhos que tem (e o contrário não deixa de ser verdadeiro às vezes). Imagino que quando se é pai, você tenta proteger seu filho de tudo, dos perigos naturais, das más companhias, de um futuro triste, e por aí vai. Os filhos crescem e se perde um pouco (ou bastante) a noção do quanto essa proteção é sadia (até porque, com o amadurecimento mental dos jovens de hoje, é até compreensível).

Agora imagine viver num relacionamento guiado pelo medo e pela falta de diálogo. Você passa por um problema grave enquanto seus filhos crescem e viver por si, sofrendo seus próprios problemas em suas próprias mentes. De repente, seus filhos crescem e você não tem a menor idéia do que eles pensam, do que eles já passaram, do que gostam e do que eles são capazes de fazer. E o clima em que eles foram criados não dá margem a intimidade, confiança. Por mais que você não tenha tido afeto durante sua infância, você está cego para os problemas, na urgência de recuperar o que foi perdido.

O que quero dizer é que entendo as motivações de cada um, a não ser meu pai, que é uma grande incógnita no meu frio estudo psicológico. E por entender, é que me compadeço e prefiro não trazer novos problemas... notaram a contradição? Não sei se seria mais valorizado se sumisse, ou se tivesse os problemas genéricos de jovens por aí (alcoolismo, drogas, etc.), e é sempre triste ter que pensar nisso mesmo que seja inevitável a cada discussão. Só espero que, se um dia eu for pai, eu me lembre de toda essa reflexão.

(o que uma maratona de Parenthood e In Treatment não fazem, huh?)

domingo, 21 de novembro de 2010

i'll be back

Era pra eu ter voltado aqui e continuado a história. Essa semana me deu uma vontade absurda de escrever, mas ficaria culpado se deixasse de escrever os dois relatórios e seminários nas minhas costas. Pra não dizer que sumi, fiquem com as fotos estou fazendo para um trabalho de Mariana. Aliás, me lembrei do blog assim que estava editando as fotos, porque coloquei a saturação no máximo suportável, como se tudo estivesse pegando fogo, clima bem... dramático.

Reflete o calor que anda fazendo por aqui também, vale ressaltar. x_x


Finalmente o período está acabando! O último!! ae

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

everybody has its thorn

A chegada da minha prima maluquinha coincidiu com mais um problema de família. Meu tio-avô veio pra cidade muito mal de saúde, tinha sofrido um ataque de escorpião na perna e ainda assim passou quase uma semana trancado em casa. Não me peçam pra explicar como funciona esse pessoal do interior. Evidente que estava tarde demais pra tratar e tiveram que amputar a perna atingida, na altura da metade da coxa. Como ele morava sozinho, minha avó materna se comprometeu a cuidar dele enquanto os filhos (que moram fora) dele arrumavam uma condição melhor.

Ele poderia ter familiares na cidade onde morava, mas não tem. Segundo informações antigas, ele tinha se separado da mulher numa relação bastante conturbada, havia até facas envolvidas. Aliás, esse senhor ganhou uma fama de ser estupidamente ignorante e, realmente, ele é bem Seu Lunga, apesar de talvez eles não se conhecerem. Um dos filhos dele, Elion, chegou assim que pôde e se encarregou de arrumar os pertences dele. Elion e minha mãe foram grandes amigos de infância, o que rendeu ótimas histórias dos tempos da disco (eu já disse que gostaria de viver aquela época, né?).

Enfim, histórias não faltaram quando o primo de segundo grau voltou com o que podia trazer. Porque sabe-se que a casa estava podre, digna de alguém que não sabe se cuidar sozinho. Sabe-se também que todas as noites eram agitadas por lá, o resto eu só assumi, pois não queriam que minha avó soubesse dos detalhes. Fato foi que ninguém daquela cidade o visitou, "um milhão de amigos" como ele falou, e ironia tal que minha mãe fez questão de repetir várias vezes.

Minha avó então ficou na situação de hospedar duas pessoas (meu tio-avô e minha prima), o que pra alguém que está acostumada a viver sozinha numa casa pequena é bem difícil. Minha prima então passou a maior parte do tempo ajudando-a, aproveitando muito pouco das férias. E ainda aguentando (leia: se irritanto e revidando) os desaforos do Seu Lunguinha. "ô velho abusado". Deu até pena dela, acabou levando muita coisa a sério.

Aliás, outra história bem antiga sobre o "velho" foi que ele namorou por muito tempo uma moça da cidade e, eventualmente, perguntaram sobre esse namoro. "gosto de negro não". Pra quem veio de raízes indígenas, é até estranho; mas como ele lidaria comigo e minha prima? hmm. Na segunda vez que fui vê-lo, ele perguntou "tá tudo bem com meu filho?" duas vezes, e depois perguntou se eu tinha quinze anos (oi?), gargalhei por dentro. Essa semana, quando me viu, falou bem alto "meu filho chegou! [apertando a mão e dando beijo] quero tanto bem a meu filho...", olhei em choque pra minha mãe, eu não fiz nada pra isso ok gente?

O bom é que ele está se recuperando rápido, além de ter uma força de vontade grande, o que já o fez se virar na cadeira de rodas. Sempre tem discussão entre ele e minha avó, duas crianças teimosas que garantem os momentos de humor; e cenas wtf, como quando ele foi urinar no mictório, com a porta de casa aberta (pra rua) e virado pra fora (meu cérebro explodiu). Minha avó reclama do cansaço e de ter que lidar com as visitas da família e as necessidades dele. Quase todo dia minha mãe vai lá ajudar. Os filhos já estão procurando uma casa por perto pra ele morar.

Só pra não dizer que nada acontece na minha vida. E olhe que tem novidades ruins aqui em casa, tá fácil não.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

o dia que nem eu aguentei

Não, eu não estava na luta política durante esse tempo e me esqueci do blog. De fato, o post é justamente sobre isso, mas nada muito chato; a não ser que você seja muito sensível à visão fechada das pessoas. Durante esse segundo turno, me mantive com minha decisão desde o começo, porém não espalhava minhas opiniões e convicções por aí. Até porque quem mora aqui sabe como as pessoas levam a sério essa disputa.

As aulas que tive de economia nesse período me ajudaram bastante; muitos termos e propostas foram melhor entendidos e eu pude ver com outros olhos aquele período que eu não ligava muito pra política. Nem por isso fui divulgando e tentando convencer as pessoas do meu pensamento que, apesar de politizado, era restrito e discutível.

Foi aí que começaram a pôr (tem acento?) religião no assunto. Por aqui começaram a discutir qual candidato tinha mais "espírito cristão" que o outro. Afinal, o que isso garante quanto à dignidade de alguém? Devemos deixar agnósticos e ateus sob suspeita em relação a todo resto, em pleno 2010?! Qualquer notícia relacionada me irritava bastante, uma vez que me sentia desrespeitado. Nisso, recebo emails toda semana de um colega do ensino médio; não os lia, por causa dos títulos bem sugestivos, sobre aborto e outras notícias sensacionalistas.

A gota d'água foi quando recebi um email de corrente com .pps de outro colega do ensino médio. Bom, não bastasse ser .pps e corrente né? Assunto: A bicha suicida. Já estava vendo a grande bosta que seria, mas estava paciente e masoquista naquela manhã. A tal "bicha" queria se matar e o bombeiro tentava convencê-la de desistir. - Pense na sua família, - Eu não tenho, - Pense na sua mulher, - Eu sou gay, - Pensa que Lula vai sair do poder, - Eu apóio Dilma, - Ah, então se joga daí, porra. hahahahaha ¬¬'

Foi o tempo de tomar café e me acalmar do absurdo, e foi aí que não aguentei e assumi publicamente não minha homossexualidade, mas minha posição contrária à direita conservadora. Respondi o email com educação, não esperando grandes atitudes de volta, só pra manter minha consciência tranquila. Mandei com cópia pro outro colega.

Uma semana depois, olha o que recebo no orkut (nessas horas eu não gostaria de receber de atualizações por email):

"Ponha-se na presidência qualquer medíocre, louco ou semi-analfabeto, e vinte e quatro horas depois a horda de aduladores estará à sua volta, brandindo o elogio como arma, convencendo-o de que é um gênio político e um grande homem, e de que tudo o que faz está certo. Em pouco tempo transforma-se um ignorante em um sábio, um louco em um gênio equilibrado, um primário em um estadista. E um homem nessa posição, empunhando as rédeas de um poder praticamente sem limites, embriagado pela bajulação, transforma-se num monstro perigoso"
General Olímpio Mourão Filho

Parece um jogo de 7 erros, não? Foi aí que resolvi me calar de novo, afinal como dialogar com alguém que usa um discurso extremamente conservador e cego como esse? A posição dele no restante da campanha foi negar os contra-argumentos, alegando que era manipulação e pejorativamente "notícia de blogueiro".

Quer saber? fuck it. Fico feliz que tive muita gente ao redor disposta a discutir e mostrar que nem todo governo é perfeito. Como a professora de economia falou, sempre é um cobertor curto, você cobre a cabeça, mas ficam os pés de fora. Espero muito otimista numa população menos alienada; além do mais, o povo mostrou um pouco de consciência nessa eleição pra governador, até porque não se tinha muita escolha. Espero também não usarem tão covardemente a religião nas próximas eleições, apesar de que senhores "legais" como Silas Malafaia não morrem nem tão cedo. ¬¬

PS: Nem vou comentar sobre a "culpa" do Nordeste nas eleições, deixa a pseudo-elite pensar que leva o Brasil nas costas, consciênciazona histórica eles tem.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

variedades

Pensei em usar "devaneios" como título, mas deve ser o título mais repetido em blog-diaries por aí. Whatever. Segunda e Quinta são os dias mais felizes desse período, pois não tenho aula e posso ir pra universidade mais tarde, dando tempo de almoçar sossegado. Acabei deixando tudo pra esta manhã, pois passei tempo demais no laboratório fazendo pouca coisa interessante. Minha máquina ainda não estava 100% e tive que trabalhar em outra sala, na qual não me sinto muito confortável, apesar de ser mais silenciosa. Outro dia cheguei e o assunto comentado na hora, iniciado pelo cara que programa batucando (eu já falei dele, né?), foi que eu tinha ido pra outra sala porque eles faziam muito barulho. Ele ficou meio envergonhado por ter de dizer aquilo na minha frente, ri educadamente e disse que "não, não...".

Quanto às minhas tarefas, acabei fazendo nada do trabalho, e pelo jeito vai ficar pra amanhã. Mas pelo menos dei uma arrumada (de meio-de-semana) na casa, meu quarto tinha roupa por todos os lados. Engraçado como reflete a situação da minha mente. Bem, mas agora está tudo arrumado #win.

Ontem estava vendo Glee em casa quando minha prima ligou. Ela mora em Brasília, mas estava na casa da minha avó materna (a que mora só); ela sempre aparece de surpresa. Não gosto muito dela, porque ela é muito piradinha. Das primeiras vezes que veio, saía praticamente todo fim-de-semana com meus pais (quando eles ainda estavam juntos) e voltavam totalmente trêbados. Tenho más lembranças daquele tempo, a quantidade de grandes discussões idiotas que pioravam a situação aqui em casa.

Na segunda vinda, ela trouxe o noivo (ou namorado, ou sei lá, nunca entendi), que tinha dificuldades na fala e ao andar, e era super gente fina; além disso, trouxe o sobrinho, que era a criança mais hiperativa (no mau sentido) que eu já vi. Na terceira vinda, esse menino não veio mais, visto o trabalho que deu. Na quarta vinda, ela apareceu com um cara esquisito... não sei explicar, só sei que eles tinham se conhecido quando ela passou por Recife, a única coisa que soube era que ele fazia pinturas nas praias, e até trouxe uma pra minha avó. Minha avó ficou puta porque ela ainda estava noiva, e falou várias vezes que ela tinha que tomar uma atitude quanto ao noivo. Ela poderia ser um personagem de uma série cômica sem menores esforços.

Lembrando de Brasília, me pus a pensar sobre o que vou fazer depois da graduação. O grande plano que montei aos poucos foi fazer mestrado e trabalhar em Brasília, pois, segundo meu ex-chefe, minha profissão seria melhor valorizada (financeiramente, inclusive). Além disso, todos meus tios maternos moram lá, assim a mudança não seria tão difícil, mesmo que eu não queira morar perto deles; afinal, preciso me virar sozinho. Ontem estava vendo a qualificação dos cursos de mestrado no Brasil e vi que lá tinha uma qualificação razoável, quase baixa. Os cursos com melhores qualificações eram no Rio (não tenho a menor motivação pra morar lá), São Paulo (custo de vida caríssimo pra uma bolsa de mestrado) e em Minas (hummm).

Foi aí que meus planos tomaram outro rumo. Poderia desistir das facilidades que uma vida em Brasília poderia me dar, mas se tenho que fazer algo que não estou muito afim de fazer (muito menos por aqui), é bom que ao menos valha a pena. Antes, preciso ver várias informações sobre lá, mas já sei que eles tem pesquisas na área de meu interesse. As inscrições terminam semana que vem, mas não pretendo me inscrever agora. Preciso executar a primeira parte do grande plano: trabalhar por aqui e guardar dinheiro. Além do que tenho o "provão" (semelhante à prova da OAB) também na próxima semana, e ainda nem estudei. De repente foi a motivação que eu precisava.

\o\ \o\ \o\

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

if i had a penny everytime i...

Durante esses dias, e vários outros antes, meu nome é preguiça; impaciência também. Meu organismo está desregulado, me encontro agora com a barba por fazer há dias, extremamente cansado de tudo. Hoje mesmo, meu grande dilema do dia foi: ficar em casa à tarde e derreter meu cérebro no calor, OU ir pro laboratório aguentar o mesmo ambiente e as mesmas pessoas de novo. Escolhi ficar em casa, naturalmente e irremediavelmente improdutivo com o calor que anda fazendo.

Sexta passada fui ao laboratório apenas para comparecer a uma reunião informal. Confesso que estou evitando ir por causa do meu chefe. Além dele complicar tudo com seus formalismos teóricos de doutorando, ele tem uma mania de explicar umas cinco vezes, cheio de "me corrija se estiver errado". Pra completar, me manda fazer 6945 coisas em um e-mail só, e com erros graves de português. Ok, sou enjoado e agradeço por ninguém mais ter descoberto esse blog. Amen.

De volta à reunião, pra compensar o bloqueio que me deu na frente de todos, me fazendo trocar as palavras com minha agilidade mental, recebi uma tarefa ao menos mais divertida que a anterior. Assim que terminamos, fui pra integração, rumo ao lar, até que apareceu um ônibus que ia pra universidade e lembrei que tinha aula em 20 minutos. "eita ca...", corri e voltei pra universidade, mais suado ¬¬.

Tudo pra ver uma aula de uma hora de um professor que não aguento mais. Dessa vez ele soube aproveitar o tempo e deu poucos sermões, porque todas as vezes que ele o faz, meu cérebro automaticamente bloqueia o que vem em seguida. Além da turma, que me irrita; tudo me irrita, menos o conteúdo da disciplina. Cheguei em casa e passei o resto da tarde dormindo ao som de Sarah McLachlan e Scarlett Johansson; e num calor infinito.

Mais tarde teve show, e depois de duas semanas sem sair de casa, eu tinha que ir. Mas daquele jeito, acabei me sentindo deslocado a maior parte do tempo (e não porque a banda era ruim, muito pelo contrário), e ainda passou na minha cabeça em conversar com o fantasma (é, ele foi também) pra provar que não estava paralisado. É amigos, quem diria!! Afinal de contas, ele anda menos insuportável, apesar de forçar atenção quando ninguém está afim. Acabamos conversando do lado de fora, eventualmente falando sobre Harry Potter de novo (porque tudo converge a Harry Potter?! o.O). A noite acabou sendo mais agradável por causa disso, estava seriamente pensando em fugir, se não fosse tão (e mais) idiota do que já sou.

Já o sábado foi divertido, e por pouco não foi outro sábado no calor do quarto vendo filmes só. Acabou sendo um sábado de calor no quarto dos outros. Eu explico: fui à casa de Mariana e passamos a tarde e a noite vendo séries e filmes (Glee, Boardwalk Empire, Alice in the Cities e Where the Wild Things Are). Tão bom estar perto de pessoas que enfim se parecem conosco, sinto que podemos zoar das coisas mais triviais, nem que seja as matérias "interessantíssimas" do E!, ou dos clipes de pagode internacional hip-hop.

Aí foi quando eu li hoje esse post, justamente sobre se sentir deslocado no mundo. Tenho momentos, na maior parte do tempo, de que seria menos problemático se eu me divertisse como as pessoas normais; afinal, não é nada fácil entrar nesse padrão. Mas por hoje me sinto privilegiado de ser assim. Não sou o popular, o que me evita de ser assunto de comentários. A maioria das pessoas me divertem, eu tenho que confessar. Algumas são tão presas aos seus estereótipos que chega a ser engraçado.

Esse sábado mesmo quando estava voltando de ônibus pra casa, fiquei observando a galerinha dos fundos achando graça em zoar com aquele que estava os levando pra suas casas; ainda passamos por um acidente de carro e uns quatro "forrozeiros bombadinhos" olhando o estrago no carro, acabei deixando escapar um "pfft", tão genérico. Enfim, podemos usar nossa esquisitice pra deixar a ridiculite dos outros mais divertida, é assim como os normais fazem principalmente no high school com os esquisitinhos, com a diferença que ninguém precisa saber. ;)

[/evil]

terça-feira, 28 de setembro de 2010

inutilidades da rotina diária

Só pra contar uma historinha patética de hoje. Não contei pra ninguém porque é muito vergonhosa, do tipo "você não tinha coisas mais importantes a fazer?! seriously??". E como aqui estou cagando pra dignidade, precisava contar.

Enfim, esses dias estou acordando por volta das 6h30, quando minha mãe sai pra trabalhar, pra aproveitar melhor a internet daqui que não é lá grandes coisas. Além disso, estou comprovando que funciono melhor durante a manhã, e posso fazer trezentas coisas ao mesmo tempo (traços geminianos). Geralmente fico online até as 8h, quando está passando Cavaleiros do Zodíaco na Band e MTV Lab Bandas, escolhendo de acordo com a qualidade (leia-se nível de chatisse) do episódio de CDZ e também da qualidade da banda escolhida na seleção do Lab.

Daí realmente não tinha muita coisa pra fazer e fui olhar quem estaria acordado aquela hora pra estar num bate-papo. Não me julguem. Entrei na única sala povoada naquele horário. Entra uma pessoa com nick "glee". Puxo conversa, até porque aí teria assunto além do óbvio; pergunto então se ele/ela estava ansioso/a pelo episódio de hoje. Ele/a diz que não assiste a série, e me perguntou se eu assisto.

ENR, quem bota um nick sobre algo que não conhece? Escapei um "ué" e ele/a diz que tinha baixado as músicas do próximo episódio (o de Britney). Eu posso ser muito preconceituoso, mas a figura que eu formei foi daqueles fãs "pobres" de Britney que acham que ela ainda é diva do mundo e que tem um conhecimento sobre música restrito a nada. De qualquer forma, morreu pra mim o assunto e fui embora.

Que relevante, não?

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

the prom

Há algumas semanas houve meu baile de formatura. Apesar de ser simbólico, pois só irei colar grau no final do ano, não deixou de manter seu papel marcante, como deve ser pra todo mundo. Mesmo assim, a semana do baile não começou muito animada, digamos assim.

scheduling

Já tinha chamado todos meus amigos mais próximos e candidatos a amigos também, porém convites ainda restavam. De início não queria chamar toda minha família, não somos tão unidos assim; além do mais, meu avô dirige muito mal e dorme bastante cedo, uma formatura fora da cidade não era uma boa ideia.

De qualquer forma, avisei quais seriam os problemas e sugeri que minha irmã fosse dirigindo, se ela estivesse de folga. Convites ainda faltavam, então doei alguns a B pra convidar quem estivesse faltando, apesar de termos muitos amigos em comum.

almost festivities

Como primeiro preparativo, tivemos a Aula da Saudade. Tinha uma nega-maluca fazendo hosting dos formandos e depois ela/ele fez um stand up bem vergonha alheia; a parte boa foi que eu não tive que ir lá participar dos joguinhos. Depois tivemos a aula em si: um dos professores que mais me estressaram (fios de cabelo branco pra provar) deu a primeira aula, com slides super nostálgicos, dando dicas de como enfrentar o mercado nos próximos anos. A segunda aula foi da professora mais queridinha da maioria, e no final uma lágrima quis escapar.

Depois tivemos algumas fotos e uma mesa de drinks nos esperando. Vodca com morango. Eram fotos por todos os lugares, já que a turma não era muito unida, e nem se ligaram que um dia como esse iria chegar. Eu mesmo não lembro de ter fotos com a turma durante esse tempo (anti-social? só um pouquinho). Daí ghost (sim, ele é formando também /sorte) se aproxima da gente e começa a se enturmar; como ele é especial, chegou atrasado e ainda trouxe o pai, que ficou o tempo todo parado e olhando, coitado. De repente, B e uma amiga se afastam e ficamos eu e ghost na frente da mesa. "bora pedir uma caipirinha?" "bora!! :D". Caipirinha.

O que vimos depois disso foi a cena mais improvável do ano. Passei mais de meia hora conversando com ghost, sobre cinema, Avatar, São Paulo, Harry Potter. Eu não sei de onde tirei tanto assunto, talvez ele tenha ficado feliz de se sentir mais querido e menos suportado (ok, sei que estou sendo cruel nos comentários, mas vocês não conhecem a figura). Chegou um momento que eu estava muito bêbado, chamei B pra ver se ele estava vivo. A maioria da turma foi a um bar depois, mas não quis ir. Voltei pra casa chocado comigo mesmo.

Depois tivemos o Culto Ecumênico. Para minha surpresa, duas primas minhas estavam lá (ao menos, leram o convite), como sempre fazendo comentários não apropriados ao momento. Um aspirante a pastor de 13 anos (que não parecia) interpretou um tanto exaltado (i.e. falando alto) seu trecho da Bíblia. Chorei muito quando o representante espírita usou o 1° Coríntios 13, mas muito mesmo; olhei pra trás e a caminhoneira estava debulhando também, e deixou escapar um "para de chorar, _orra" um pouco mais alto que o normal. No final, mais fotos. Ghost se envolveu pra tirar algumas com a gente: estragou todas. Não é nem porque ele é feio (ele é normal), mas o feeling de superficial é simplesmente insuportável.

father issues part 165358492

No dia do baile (sábado) durante a manhã estava fazendo faxina em casa como sempre, quando precisei descer do primeiro andar. Minha avó faz uma cara estranha e aponta pra parte de fora: meu pai estava lá, primeira aparição desde a mal-fadada carta. Eu poderia ter dado um ataque e atuar que nem o sonho que tive, mas estava tão extasiado com as músicas estava escutando, que dei um abraço sem graça. Ele pergunta se eu estava "trabalhando", mas respondi "já, faz tempo" como se fosse uma pergunta geral, e não especificamente naquela manhã.

"Mas ele não tá achando que vou chamar ele, né?", pensei. Não estava contando com a presença dele há muito tempo. Fiquei o resto do dia no computador, mas soube que ele esteve o dia todo em casa. Mas olheee, paciência viu!!

fails

- Dueldy me avisou que não pôde ir, pois confundiu as datas e não estaria na cidade a tempo. Merece um pedala, mas ok, eu sobrevivo;
- Jabuti me avisa que está doente e também não vai, mesmo eu tendo ligado durante a manhã atrás dele, sem respostas. Eu até ficaria com raiva, mas a amizade dele vale muito mais que meu capricho;
- Minha sobrinha vem dizendo que minha irmã não se arrumou, porque vai ficar "cuidando do carro" enquanto a gente está na festa. Ora, mas com um evento que me custou mais de mil reais no melhor lugar que tem aqui pra fazer um baile, deduz-se que ao menos eles tem seguranças pra isso, né ¬¬. Vou saindo e lá está ela com tamanco, calça legging, camiseta e casaco. Mas essa família viu?!
- Totalmente em cima da hora minha avó disse que não ia, não lembro o porquê. No dia seguinte, soube que ela discutiu feio com meu pai;
- Quando vejo o carro, meu avô está lá no banco de motorista, imóvel como se alguém quisesse tirá-lo dali (e queriam mesmo), mas ele não saiu (taurino também). Eu fui com B em outro carro e eles foram na frente. Minha mãe disse que viu o perigo muitas vezes e minha irmã teve de colocar a mão no volante algumas dessas vezes. MEDO.
- Chegando no local, todos já tinham chegado vivos. Minha irmã fala "ei, tem uma senha sobrando aí?!". Eu devia estar num estado de graça pra não ter revidado à altura, porque a @%#$%@ dessa senha estava a semana inteira separada. Um pouco de vergonha pela roupa dela, mas nem liguei, não vou me rebaixar ao senso pseudo-Londrino que o povo dessa "two star town" tem.
- Quem disse que minhas primas apareceram?! Minha mesa foi a mais vazia da festa inteira, só quatro pessoas. O restante do pouco pessoal se espalhou na multidão.

happiness hit her like a train on a track

A noite foi bem normal até a descida dos formandos. Tive que aguentar Parangolé e I Gotta Feeling, sem demais comentários. Estava com um óculos de Kanye West e pulei ao som de Dog Days Are Over (clap-clap, clap), quase caindo pois não via muita coisa, só escutando os gritos histéricos de Mariana. Depois da valsa, o pessoal de casa foi embora e a noite era só minha pra não me sentir envergonhado /win; dessa vez minha irmã foi dirigindo (ufa). Detalhe que quando chamei Mariana pra dançar a valsa comigo, o locutor falou "Agora a valsa dedicada ao amor da sua vida". Dissemos com sincronia "o amor da sua vida, woooo", rio até hoje com essa.

Uma banda ficou animando depois, com a mesma setlist da formatura que tinha ido há uma semana atrás, mas foi mais divertido. Não lembro o que tinha bebido até então, mas eu já estava outra pessoa hahaha. A mesma banda começou a tocar forró, e ainda dancei com não-sei-quem. Fiquei entediado e fui beber mais, até que encontrei dois amigos do ensino médio, muito surpreso; como não foi consumido quase nada da minha mesa, dei todas as senhas de comida e bebida pra eles.

Um DJ começou a tocar e daí fui dançando até acabar. Infelizmente, Mariana e cia. foram embora antese fiquei o restante da noite com a irmã de B, descendo até o chão incontáveis vezes. Lembro de tudo, que caí e não consegui mais levantar, que rebolei até o chão pro cara mais conservador da turma, dentre outras cenas vergonhosas. Uma formanda dançou pra mim, passou a mão no meu peito e disse "gatão" #FALECI. Aproveitei, me diverti ao máximo, e minhas pernas fizeram o favor de lembrar depois, além da ressaca-mor de todos os tempos.

Enquanto esperava pelo carro pra voltar pra casa extremamente tonto, ghost aparece, me dá um abraço e fala "Olha, apesar de tudo desejo tudo de bom pra você, sucesso onde você estiver bla bla", colocou as mãos no meu rosto (o-paaa) enquanto falava isso. INFELIZMENTE foi uma cena sem testemunhas. B me contou que ele costuma fingir que está bêbado, o que não me surpreende, mas que também não tira o mérito e weirdness do momento.

Depois da viagem pra Coldplay, foi o melhor dia do ano com certeza. Agradeço muito quem pode ir e quem avisou a tempo. Foi excepcional do jeito que foi, não há motivos pra pensar em "se"s. Agora começa a jornada à conclusão de curso e vida 'adulta'.

Run for your children, for your sisters and brothers

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

só pra lesar

Ultimamente estou numa fase extremamente irritante e inexplicável. Não bastasse eu ser taurino, esses dias eu estou botando as coisas mais absurdas na minha cabeça. Por exemplo:

- ontem minha mãe comprou uma camisa de manga longa (porque ela sabe que eu gosto assim, mas não sabe que é porque eu não tenho braços pra exibir) e eu achei bonita de cara. Hoje acordei querendo usá-la pra ir à universidade, mas quando a olhei... só me vinha a palavra "circo" na cabeça. Ela tem listras horizontais, cinza e um lilás bem bonito, mas que me pareceu circense e não quis mais usar. Sem falar que estou me sentindo mais magro que o normal (se fosse possível). "Sorry, but i'm not feeling so confident"; Acontece que quando estava indo pra universidade, vi duas pessoas usando a mesma camisa. ô sorte!

- semana passada estava numa roda de conversa, até que alguém começou a falar sobre jogos, e naturalmente fiquei de fora. Eis que certo dia vou pra casa e me decidi a baixar jogos pra poder comentar com alguém. Baixei uma dezena de jogos e por dois dias os joguei, cinco 'ao mesmo tempo'. Pra não me sentir culpado, passei uma hora estudando e fiz os exercícios de uma disciplina. Agora estou jogando Digimon (extremamente infantil e viciante) e Chrono Trigger; e um pouco de 'Mario & Luigi: Partners in time' de vez em quando; e baixando outros dois por torrent. aideus.

- estou decidido a baixar urgentemente todas as séries do mundo também, depois desse Emmy. Parenthood e Dirty Sexy Money (por causa de Peter Krause), Mad Men, Fringe, Modern Family, mais o anime Fullmetal Alchemist. Alguém avisa que meu HD só tem 5GB livres e tenho umas 6 séries pra assistir e deletar?!

- outro dia tinha saído às 18h e não estava mais afim de ficar mais tempo na universidade. Só que a essa hora, o ponto de ônibus é cheio de gente. O que fiz pra evitar tanta gente? Fui a uma parada antes, cerca de 500 metros de trânsito pra ficar num local estranho e escuro, tudo pra não ter que disputar espaço com as pessoas. Ah, e fui metade do caminha pra casa a pé, porque estaria cheio no terminal de integração também. Apesar do risco de ser assaltado, economizei alguns minutos de stress.

Mas dá pra ser menos avoado?! :P

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

das coisas que não sou obrigado II

Há muito tempo, mais de um mês, uma amigo de pnp me adicionou no orkut, pouco tempo depois do próprio gênio tentar me adicionar mais uma vez. Fiquei indeciso em adicionar, apesar de nunca ter ido com a cara dele, ele não tinha nada a ver com minha separação. Mas aí pensei: por que danado ele quer me adicionar? Ainda mais depois de tentar reconciliar e me fazer falar com o outro, como se eu fosse o grande culpado/vilão da história (posição que eu adoro tomar nessas situações né? ¬¬). Dei um tempo, mas ignorei. Embora o tenha ainda no messenger, desbloqueado, também porque ele não tem nada a ver com nada, e porque também não insistiu quando eu disse, indiretamente, que ele não se envolvesse.

Ontem abro meu perfil do Facebook e lá está ele, de novo, me adicionando, uma semana antes de me dar Unfollow (faz muuuito tempo que deixei de o seguir). wtf, né? O ignorei mais uma vez, e não deixei de pensar que ele queria apenas um número na sua lista de amigos. O que não me surpreende, vindo de uma pessoa que se vangloria de ter um perfil lotado e muitos leitores no seu blog.

Ok, preciso mesmo dizer que não sinto inveja quanto a isso? Nunca ter centenas de "amigos" foi meu objetivo de vida. Dos que mal conheço no orkut (pegando como exemplo) estão aqueles que gostaria de conhecer, apesar das adversidades (distância, principalmente). A amiga de pnp, que é a versão melhorada da caminhoneira, é um exemplo claro; e eu não imagino outra situação em que possamos estar no mesmo lugar mais... pena.

Não preciso provar que sou confiável, nem que estava sempre do seu lado, lhe defendendo. Oras, isso é uma obrigação. No dia que eu precisar provar alguma coisa, é porque a situação está forçada. Em contraponto, tenho a mania hereditária de não demonstrar pequenos atos de amizade. Mas como sou enjoado, se você tem minha companhia, quer dizer que você é bastante importante dentre os demais (exceto quando fico bêbado e converso com a pessoa que mais odeio na graduação, mas não espalha).

Enfim, não quero ser um número dentro de uma soma de amigos duvidosos. E não tenho a obrigação de adicionar alguém que, do pouco conheço, já não é grandes coisas. Beijos, me deixa!

>*

domingo, 15 de agosto de 2010

expectations

Uma semana que custou a passar, mas finalmente estou melhor da gripe. Ainda fui algumas vezes pra universidade, mas o condicionador de ar do laboratório no máximo (ou mínimo, como queiram) em pouco tempo tapava meu nariz e fazia me sentir pior. Ah, sem contar que desde domingo até sexta-feira estive com dor de cabeça, sem parar. Nossa senhora, hein. Perdi algumas aulas, fiquei uma semana sem trabalhar, só vendo filmes em casa (a única parte boa).

Na última sexta, fui convidado por um amigo para a formatura dele, neste sábado. Este amigo é o mesmo que fomos ver, com B, filmes na capital (Watchmen, Harry Potter 6), acho que o apelido dele é Alfie (não o ETeimoso, mas o de Lily Allen). Durante o telefonema de convite, ele explicou porque me chamou, mesmo a gente não sendo tãão próximos. Eu não sei reagir nessas situações, o que eu deveria dizer? "ah, obrigado, eu sei". Fico que nem um retardado sem saber o que falar.

Quase melhor, fui ao laboratório sexta e convidei dois colegas de lá pra minha formatura (que é esse sábado agora!!!!). Minha ex-chefa (a legal) confirmou, enquanto meu novo chefe (que ainda não disse, mas meu gaydar grita desde que o vi pela primeira vez, apesar de ele ser casado e ter filha -o que hoje em dia não significa nada-) disse que ia falar com a esposa, apesar de querer ir. Ia chamar o casado, mas ele disse que estaria na cidade natal dele esse final de semana, então desisti de chamar. Como não ia chamá-lo, resolvi não chamar o fofinho também, porque ele ia ficar sobrando. FAIL pra mim.

Até que ontem fui ao centro comprar uma roupa formal pra mim, além de ir à universidade pegar as senhas do baile de formatura. À noite, estava meio nervosinho, pois nunca tinha ido a um baile de formatura (no colégio, não me interessava). Já no lugar, nenhum atrativo nas primeiras horas, muita gente do tempo de ensino médio, daquela que você esperava o ano acabar pra não ter que ver mais. Mas isso não me abate mais (era do #xixicoco). A entrada dos formandos foi muito legal (abrindo um parêntese só pra comentar uma formanda ao som de I Gotta Feeling, tenha dó), e me animou pra minha entrada que vai ser grandiosa, bwahaha.

Como é de se esperar, depois de algumas doses, certas pessoas se revelam. Não me referi ao amigo tosco da caminhoneira que não sabe beber (não pela primeira vez) e passou mal, nem de uma certa figura popular (not so important) que faz cara de _u em todo lugar que vai. Me referi aos amigos de Alfie, que estavam bastante sérios, e depois ajudaram a formar a mesa mais bombante da festa.

E tudo começou com um coro baixinho de músicas de cartoons (Ursinhos Carinhosos, Cavalo de Fogo etc), mesclando com Bad Romance, umas cinco vezes, e com coreografia. Vieram três meninas random cantar e dançar com a gente, a mesa de trás acompanhando as palmas. Foi muito divertido, e o primo de Alfie estava muito doido e engraçado, com jeito de que ia tropeçar e destruir tudo a qualquer momento. A parte mais engraçada foi um amigo dele se jogando na entrada do lugar ao som da abertura de F.R.I.E.N.D.S.

Cheguei em casa às 5h, meus avós se preparando pra ir à missa mais uma vez, exceto que desta vez não estava molhado de vinho, short rasgado e pés imundos; uma certa evolução. E agora não paro de pensar em como será minha festa. Infelizmente não vai dar pra escapar do forró (e, pior, do pagode), mas ainda vai dar pra ter diversão. Quanto mais gente nerd e careta, melhor. O resto a gente ajeita. BWAHAHAHAHA

o.O