terça-feira, 27 de julho de 2010

today is a brand new day

Oi gente, eu estou bem! Depois dos acontecimentos das últimas semanas, fiquei alguns dias pra baixo, pensando e repensando os fatos, e inventando alguns também. Minha avó disse que iria mostrar a tal carta a minha mãe assim que ela se acalmasse. Na mesma semana, uma cunhada da minha mãe veio de Angra dos Reis passar o mês aqui na cidade; ela veio com filha e neta e passaram dois dias em casa. Esta cunhada é uma pessoa bastante religiosa e já tinha vindo uma vez, na mesma época que meu pai tinha sumido, e ela e minha mãe tinham muito o que conversar, sempre.

A filha já tinha vindo aqui há 20 anos, e é super alegre, apesar de falar muito, e alto (aliás, a família dos meus avós só tem gente que fala alto ¬¬); além disso, ela tem uma meia dúzia de tatuagens, o que deixou meu avô chocado (foi engraçado). A neta é bem simpática e se deu logo bem com minha sobrinha. Enfim, foram a diversão da semana. No sábado, enquanto eu fazia a faxina no primeiro andar, minha avó mostrou a carta a todos. A única coisa que sei foi minha mãe me perguntando por que eu não contei antes.

Fui à casa de Mariana no mesmo dia, à tarde, precisava sair e fazer alguma coisa pra me distrair. Tiramos o dia (e a noite) pra pintar camisas: eu, Mariana e Juliana (enquanto Paloma observava nossas inovadoras técnicas de pintura). Embaixo, a 'arte' que fiz

Na semana seguinte tive algumas novidades. Uma delas, no laboratório, vou ter que me dividir em três projetos totalmente diferentes, todos trabalhando junto com o casado, que é novo no curso, e que cortou o cabelo, passando de surfista-adolescente pra algo mais hip (não hippie). Melhorou alguns níveis, mas não apaga o fail de ser hétero. Falar em fail, um fail pra mim que não vou trabalhar com o fofinho. Não se pode ter tudo.

A outra novidade (não tão boa) é que pnp continuou a falar comigo no messenger. Um dia me perguntou como eu estava e eu, monossilábico, disse que não estava bem, com problemas em casa. Antes de sair, ele diz que era pra eu perder o orgulho (oi?) e confiar nele, com florzinha e "te amo". Bloqueei novamente, pra mim é melhor passar fama de vilão "coração gelado" do que ser mal interpretado. E, sério, não consigo manter uma conversa com alguém que vive de frases feitas, e as últimas 'conversas' estão cheias delas. Depois disso, ele me mandou mensagem do dia do amigo (oi??) e já me ligou outras tantas vezes, iinclusive na madrugada de um sábado. Noção tem limite.

Por enquanto é só. Quanto aos problemas em casa, deixo minha consciência que fiz o que pude. Qualquer coisa que alguém poderia exigir, eu sei que não poderia ter feito, por vários motivos. Então por que pensar que seria diferente? Sim, as coisas poderiam ser diferentes, mas eu não seria "eu" se agisse de outra forma. É estranhamente egoísta pensar que o que nos acontece de errado é devido exclusivamente a decisões que tomamos. Life Happens.

(essa última conclusão foi tirada depois de ver um episódio de Six Feet Under -506 Rainbow of Her Reasons-)

:P

quinta-feira, 15 de julho de 2010

so if you ever feel neglected

Um dia, creio que há mais de um mês, eu tive um pesadelo. Eu estava na sala e lembro que havia bastante gente ao redor, como se fosse o pessoal que mora comigo em casa, mas eu não consegui ver. Foi muito rápido, e a única coisa que me lembro era eu gritando e esbravejando contra meu pai, que estava perto da porta, e eu sentia o clima pesado de discussão no ar. Quem me conhece, sabe que pra eu discutir sério com alguém é preciso um motivo muito grave. Na situação que estava, considerei o pesadelo irrelevante, apesar de sentir a raiva que estava durante o acontecimento imaginário.

Há algumas semanas, meu avô passou mal quando estava chegando em casa; teve uma crise de pressão alta e hiperglicemia. Minha mãe ligou pro meu pai, dizendo que se estivesse na cidade, fosse em casa pra ajudar (a empresa em que ele trabalha está a alguns poucos quarteirões de casa). Em menos de dez minutos, ele apareceu, talvez a primeira (no máximo, segunda) vez que o vi esse ano. Apesar da agonia que foi ver meu avô desacordado, não deixei de pensar nas várias vezes que meu vizinho dizia tê-lo visto perto de casa, mas ele não aparecia. Não digo nem por mim, mas pelo menos pra visitar a mãe, dizer se está bem. Enfim.

Já nessa semana, estava saindo pra ir à universidade e, quando abro a porta, vejo ele conversando com minha irmã no terraço. Me perguntou onde eu ia, respondi. No dia seguinte, quando vou à cozinha tomar café, ele está na sala. Sentei no outro sofá pra tomar o café, assistindo tv. Ele comentou uma ou duas frases curtas sobre o que estava passando na tv, como se o clima favorecesse. Depois, fui varrer a casa e ele saiu, dizendo que talvez voltasse pro almoço, e me deu um beijo inesperado no rosto.

Hoje estava vendo Six Feet Under quando minha avó me chamou; só estávamos eu, ela e minha sobrinha em casa. Estava procurando uma caixa que ele tinha deixado com minha irmã, pra ela entregar à minha avó. "Tô procurando a caixa aqui pra te mostrar, a covardia que teu pai fez". Era uma caixa de presente, com produtos de beleza e uma carta bem decorada, no nome de uma mulher.

Li a carta pra ela. Em resumo, desde que saiu de casa, ele está vivendo com essa mulher numa cidade do interior, ela tem duas filhas de outro casamento e elas o consideram um pai. Ela diz que eles já se conheciam há muito tempo e que chegaram a se separar, foi quando ela teve as filhas. Disse que o amava muito, e que não queria que considerassem ela a razão do fim do "casamento" deles. Enfim, várias outras coisas que doeu ler, e estou processando ainda.

Afinal, eu não culpo essa mulher de nada, sinceramente. Não culpo as filhas por quererem algum referencial, um apoio. Mas faz quase seis anos que houve a traição (no momento, era com outra mulher que morava perto de casa, que tinha filhos também), mais de quatro anos que ele sumiu e qualquer um de casa raramente o vê, depois de muitas discussões que tive de escutar e que ele não falava nada. Por muito tempo achei que tivesse alguma relação com o fato de eu ter me assumido pra ele, e que nunca se sabe se é verdade mesmo. Isso tudo, anos, pra deixar uma carta que nem ele escreveu, e ir embora novamente, como se não tivesse nada a explicar. Que tipo de pessoa é essa que não enfrenta os próprios problemas?!

Se eu for dar mais moral aos meus insanos pensamentos, que ultimamente não param, eu posso parar anos atrás, quando me comportava bem, tirava boas notas pra ter atenção, pra ele sempre dar atenção aos filhos dos outros (e garanto que não era impressão minha). O diálogo que nunca aconteceu, a atenção que pouco tive, pra depois tentar me 'comprar' com uma mensagem gravada nos dias do meu aniversário... Me sinto tão negligenciado (pra não dizer rejeitado), queria poder gritar. Agora toda a raiva que tive no pesadelo faz sentido. Parece a única coisa a fazer sentido agora. Se encontrar um sentido fosse fazer diferença... unf.

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quinta-feira, 8 de julho de 2010

sobre machucar

Eu sei que eu tenho gente que vale muito mais pra me preocupar. Sei que tenho alguém, doc, que talvez é a pessoa mais "understandable" que eu conheci, e que ultimamente estou me sentindo mais confortável com o nosso relacionamento, apesar de ser meio improvável. Mas sabe quando alguém te machuca de um jeito, e que você não consegue esquecer? Não que você ainda se importe com essa pessoa, mas também não consegue esquecer. É, estou falando de pnp.

Temos uma infinidade de coisas boas durante nossos dias que podemos nos encantar, uma quantidade não tão grande de pessoas que realmente se importam como estamos. Mas vem aquele pensamento, de como pode alguém ser tão estúpido a ponto pisar em cima do que danado ele sentia naquele momento. E tudo não se resumiu a um único dia!

Admito que passei muito tempo decepcionado com as pessoas em geral, coincidiu num momento de problemas em casa, ainda somando com a minha dificuldade de interagir com quem quer que seja. Foi no mesmo momento que doc apareceu, e eu o evitei como pude, evitando outra decepção. Evitar alguém nunca foi problema pra mim; isso é triste, eu sei. Minha dificuldade é exatamente me aproximar de alguém. E assim foi com pnp, me fazendo pensar se isso não aconteceria de novo, por mais que as pessoas sejam diferentes.

Se eu lembro o que tivemos de bom? Claro que sim, e do que fui capaz de fazer naquela época também. Quer dizer, mentir em casa que tinha ido pra universidade, enquanto fui à capital e voltei no mesmo dia?! Se alguém me dissesse que eu faria isso há alguns meses, eu iria rir muito... "até parece". Frustração, é tudo que resta agora. Motivador? Acho que não.

Nesse meio tempo, algumas mensagens de texto depois, três amigos dele vieram me convencer que seria melhor conversarmos. Qual o sentido? (a frase mais mentalmente repetida nesses dias). Resolvi há algumas semanas aceitar essa sugestão, porque, apesar de tudo, eu sabia que ele estava mal, eu sei como ele se comporta pro mundo de fora quando está mal. E, frak, eu não sou de ferro.

Ele esteve aqui na cidade por um tempo, até passou na universidade, perto de onde eu trabalhava (e estava no momento). Não fui, estava cansado, não queria conversar, N motivos. Conversamos por messenger hoje, nenhuma batida acelerada, nenhuma antecipação, nada. Nenhum motivo pra não abusar do sarcasmo. Disse que não ia voltar, tampouco esquecer. Ilusão pensar que depois de tanta falta de consideração, há um jeito mágico de recomeçar de outra forma.

Afinal, tem coisa pior que uma pessoa ser lembrada pelo que ela foi de pior?! Essa lembrança nos deixa mais atentos para que não aconteça de novo, mas nem por isso ela machuca menos. Hard to explain.

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