quinta-feira, 21 de abril de 2011

irritações de sempre (e outras coisas)

Ultimamente tenho tentado articular palavras para descrever o que venho sentindo. Noites se passam com aquele desconforto interno que precisa sair; mas ou estou impaciente demais pra falar/escrever o que seja, ou estou cansado, e sei que não vou conseguir -nem no dia seguinte- concluir o raciocínio, formando mais um post disconexo pra coleção. Muitas coisas me incomodam nesse momento, daquelas crises que você se conforma por um tempo, mas depois volta como num ciclo de excremento mental.

Há muito tempo penso no que estou fazendo (como se eu não já o fizesse desde sempre, todos os dias), principalmente depois da segunda grande crise durante o ano passado, em que questionei se ainda haveria algum sentimento, nem que fosse complacência, por outra pessoa. Ou aquela avalanche, um disparo provocado por apenas um olhar. Infelizmente, por mais que não concorde, certas críticas ficam reverberando no meu cérebro (defeito #1), que se transformam em dúvidas e evoluem em crises de identidade em dias ruins.

Essa semana pré-aniversário só serviu pra potencializar tudo. Porém, ao contrário dos anos passados, em que me isolava do mundo na minha bolha de piedade, nesse ano foi substituído por um período de impaciência. Afinal, demorou muito para que eu *me* aceitasse; tudo aquilo que reclamo, digo que atrapalha minha vida, era uma parte de mim que queria expulsar. Me parecia mais fácil agir como alguém que mal conhecia, a trabalhar com meus próprios defeitos. Mud days are over.

Mas reconhecer e aceitar não significa estar bem-resolvido. Minha carência absurda (defeito #2) é o que mais me incomoda, e os erros que cometo tentando resolver são ainda piores. É aí que me lembro que no meu aniversário de 2009 eu estava bem. Tinha esperado a vida inteira -literalmente- pra me sentir querido daquele jeito, pra ter a coragem de falar a verdade que podia machucar, de largar tudo por um dia e fazer o que tinha vontade.

Se foi uma fase, quantos anos mais terei de esperar? Eu vejo muita gente sozinha e interessante, mas ninguém está disposto a dar uma chance, ninguém se permite. Digo isso por mim também, eu sei que sou difícil e me comporto como um completo estranho pra todo mundo, esperando a perfeição bater à porta, eu estragar tudo e me culpar pelos meses seguintes. Ainda lidando com os defeitos, estou tentando me desprender das expectativas (defeito #3), mesmo que meu pré-julgamento (defeito #4) faça o contrário.

E que venha um ano menos pensativo.

Fiquei em dúvida se postava no tumblr ou no blog. Mas enfim, serve pra quem quiser ler. Um abraço pra quem aguentou.

domingo, 10 de abril de 2011

the first job

Eu só postei uma vez durante o último mês? Mas quanto cuidado com o blog né?! Na verdade fiquei de contar sobre minha entrevista de emprego, que quase virou um episódio de sitcom. Bem, contarei depois, ou aqui mesmo, depende da minha disposição pra escrever. Que post organizado e premeditado!

Falei de entrevista de emprego, eis que depois que enviei meu último post, pedindo pra que as coisas agilizassem, elas finalmente aconteceram. Uma moça me liga marcando uma entrevista e prova para a próxima semana. No mesmo dia, recebi email sobre o trainee em Curitiba, dizendo que não fui aprovado. Não fiquei abalado, pois tudo que eu queria era uma resposta, positiva ou não. Uma crise de ansiedade básica e bem rápida depois da notícia da entrevista, passei a pesquisar sobre a empresa e seus objetivos, com que tecnologias trabalhavam e quem trabalhava lá. Resolvi não contar a ninguém em casa, minha mãe consegue ser mais agoniada (e ao mesmo tempo, falante) que eu nessas ocasiões; só falei quando estava me arrumando para ir.

Saí com uma hora de antecedência por conta da imprevisibilidade dos ônibus e para procurar o lugar exato da empresa, que só sabia por algumas referências. Saindo do ônibus (que demorou muito a chegar e me deu desconfortos estomacais), passei olhando placas ou qualquer identificação visível. Quando acho a porta da empresa, me deparo com um jegue (o animal mesmo), bem defronte a porta. Ok, eu não moro em um sítio, mas infelizmente ainda existem carroças e pessoas que abandonam os animais a esmo. Houve um momento em que parei pra analisar a situação, tentando buscar um sentido. Continuei andando em direção à porta, ainda com o olhar fixo no animal.

O que não esperava e não prestei devida atenção é que o estacionamento tinha uma corrente pra proteger os carros. Dei uma topada triste, ainda ouvi a corrente batendo nos carros. Não cheguei a cair, me apoiei a tempo, ainda olhei pra uma senhora que passava no momento, fazendo uma careta de pânico, como se eu fosse cair e morrer. Desviei do jegue e, quanto entrei, não havia pessoas na recepção, o que aliviou bastante a vergonha. Se bem que pensando agora, havia um vidro espelhado atrás... oops. Fiquei à espera, e houve um tempo pra que a dor nas pernas se tornasse uma crise de riso contido. Só em escrever a situação, já me dá vontade de rir.

Entrevista e prova foram tranquilas, o gerente (e entrevistador) foi meu colega na graduação e foram dispensadas algumas formalidades, assim como ele disse que seria com o ritmo da empresa. Saí bem confiante, mas sem muitas expectativas. A não ser no final da semana, em que me deparei com minhas reservas quase acabando e tanto a fazer. Segunda recebo a notícia de que fui aprovado (êêêê) e fomos (eu, mariana, palomas e byra) comemorar. Por enquanto está bem tranquilo trabalhar lá. A parte difícil é voltar pra casa e lidar com minha conexão inconstante, a qual tomarei alguma ação assim que tiver dinheiro.

Bom, a idéia desse post era de contar mais coisas, mas acabei parando de escrever e perdi o roteiro. Boa semana pra vocês e volto mais rápido que da última vez. :*