terça-feira, 23 de junho de 2015

um ano depois

Oi gente! Sou eu, a Xu.

Estou voltando rápido porque lembrei de um comentário específico de Maria, e vim procurar em que post foi. E também porque terminei de escrever um artigo e estou esperando a revisão dos meus orientadores. E também porque o pessoal do laboratório está numa confraternização e não estou disposto a lidar com gente (novidade, né?).

Enfim, faz um tempo que vim aqui. Nesse meio tempo muita coisa aconteceu (uau). Mas tirando o óbvio, me desgastei muito, me recuperei, e vivo nessa montanha russa sempre e repetidamente. O primeiro ano de doutorado foi difícil por vários motivos. Mas o que mais incomodava era o isolamento. Irônico, não?!

A verdade é que, pra pessoas com necessidades especiais como eu, afinidade é muito difícil de desenvolver. No começo, eu morava em uma residência na margem da cidade, só haviam alunos de graduação "estrangeiros" em seus grupos fechados. Depois de me mudar pro centro, eu só conseguia manter contato por Tinder e derivados. E claro, apareceu muita gente bizarra. Comecei a me estressar gradativamente, assim como minha sobrancelhas foram sumindo aos poucos, fui me desentendendo (em termos de projeto) com meu orientador, e o pensamento do dia-a-dia era "por que inventei de fazer isso?!"

Ainda hoje, de vez em quando me arrependo por alguns segundos. Afinal, já é a segunda vez que recomeço tudo do zero. Da última vez, pra ganhar um diploma e nada mais: nenhuma amizade ou experiência que durasse. Dessa vez, em um país estrangeiro, tentando ser auto-suficiente o máximo possível e tentando manter uma qualidade de vida razoável apesar das crises de isolamento comuns.

Digo "ainda hoje" porque a situação melhorou um pouco. Estou namorando (o que não merece muito overthinking por aqui), estou recentemente morando em um lugar muito mais agradável, e também estou me ambientando melhor nessa cultura de fora. Gostaria de ter mais tempo pra aprender francês de fato, gostaria de ter mais tempo com o Dan , gostaria de muitas outras coisas até simples.

c'est la vie, carai