segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

winter came

Depois de tentar entender o que aconteceu nessa mente durante o ano passado, e tirado uma conclusão do que fazer (e principalmente do que não fazer) para ter dias melhores, continuo com mais do mesmo. Foi uma sequência de dias muito estranhos, em que acabei seguindo o mesmo padrão. Talvez essa inversão do tempo (em boa hora, diga-se) seja responsável. Sabe quando, nos desenhos, os animais juntam o que podem no verão pra passar no inverno, e o Pica-Pau não fez nada e fica morrendo no frio?!

Ok, a situação é extrema mas, diante das circunstâncias e de todos os pensamentos recorrentes dos últimos meses, se encaixa (em certo ponto). Ainda estou à espera de muita coisa, e uma urgência de fazer trilhões de outras coisas, a paralisia após se perguntar "como?!", e a frustração. E nessa estou passando os dias, remoendo esse pensamento. Tem conserto pra isso? Assim, só pra saber...

Nem tudo foi péssimo assim. Minha mãe viajou esse final de semana, e tive dois dias realmente tranquilos. Acredito que pra ela foi também. Ás vezes, tranquilos demais, e me deparei com os pensamentos de sempre vez ou outra. E acabo me machucando nesse meu jeitinho agoniadinho. Desnecessariamente.

Ciclo de excremento: pare!

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

retrospectiva (ou algo do tipo)

Não tinha idéia de como o texto ia começar; me vinham pensamentos soltos, independentes de linha do tempo ou da gravidade. Daí lembro do reveillón do ano passado (acredito que tenha sido, os últimos foram todos iguais), fotografei lugares aleatórios da casa, naquele ano ainda tive a bondade de armar a árvore de Natal. Depois das crises internas que tive no final do ano, me admira que eu ainda quisesse manter as aparências. Depois de tudo mais que aconteceu, pressões de fim de graduação inclusos, eu só queria descansar e sumir.

Algumas viagens depois para manter o cérebro funcionando normalmente (e ainda não acredito que o show de Amy foi ano passado, parece que foi ainda nos anos 2000), a necessidade de descansar foi dando espaço pro desespero. Já era quase fevereiro e não tinha procurado nada, e as pessoas perguntam, porque não esperam que você pare e não tem noção de como a graduação esgota. Além da sensação de não estar ajudando, que é mais ou menos a situação atual, mas vamos andar, antes que eu fale mais do mesmo.

Enfim, depois que comecei a trabalhar, tudo passou muito rápido. Era sempre uma semana extremamente cansativa, seguida por um final de semana corrido. Não importava se eu saísse pra me divertir ou ficasse em casa remoendo, chegava sempre o momento em que eu parava pra pensar: "caramba, já é [insira dia e mês aqui] e o que é que eu fiz?!". E foram meses e meses de cansaço mental, fazendo sempre as mesmas coisas; embora, no geral, não tivesse feito nada significativo (pessoalmente falando). Mais desespero.

Não bastasse essa frustração, sempre tem algo do passado pra assombrar, mesmo que existam os dias de fúria. E a sensação de esgoto que vem depois, em que todos os absurdos escutados tem sentido, mesmo sendo ditos por alguém claramente perturbado. E ainda tenho o talento pra "curtir" momentos de baixa, assim como escutar uma música triste e se identificar, e aquela música não te abandonar. Chega um momento que é inútil lutar, só esperar passar e tentar aprender.

O ano foi acabando de um jeito estranho, nunca visto antes. Nada parecia ter mudado, mas agora a crise era global. Só no dia da virada que deu pra sentir algo, mas mesmo assim, passava por um domingo qualquer (eu sei que não era domingo, mas tinha todo o clima "o que estiver sentindo, segure"). Meus fantasmas fizeram questão de aparecer, cada um em seu momento. Mas foi no final, quando todos estavam alterados e Simone começou a cantar, foi que tudo se juntou. No final das contas, foi bom que certas coisas não mudaram: ainda tenho meus amigos por perto; fiz umas besteiras no meio do ano (pra tentar movimentar) e não combinou muito, então fiquei anormal de volta.

Acima de tudo, e correndo o risco de ser brega aqui, mas foi nesse mesmo momento que olhei pra frente, pra pessoa que me fez aguentar esse não-usual fim de ano, e que acabou me provando que eu estava errado sobre muita merda que eu pensava, que eu permitia atingir. Toda vez que penso nisso, e nessas palavras, já fico emotivo. Se for pra colocar em perspectiva, fica a lição de não "curtir" tanto esses momentos de tristeza; serve de aprendizado, mas essa mente hiperativa tem um histórico de concluir erroneamente.

E é isso.