sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

more sparkles

Postando hoje, porque amanhã cedo vou pra João Pessoa com a galera. Aliás, primeira vez que passo o ano fora de casa, aeee. Foi até tenso falar com minha mãe sobre isso, porque esses dias ela estava mais calma; considerando que passei as últimas semanas completando o trabalho dos outros aqui, retocando e limpando tudo.

Enfim, não vou me demorar, até porque quem vai querer saber de problemas nessa época do ano?! Vamos apenas desejar coisas boas: um emprego melhor e que eu consiga sair dessa casa, minhas duas grandes metas.

Pra quem me acompanhou aqui com muita paciência, pra quem foi notícia nesse blog, pra quem eu não podia citar e participou de alguma forma nesse ano, pra quem ainda vai surgir nesse um dia que resta, apenas um ano melhor. E se não acreditar nessas coisas de virada, números, que sirva de reflexão para o que pode ser melhor.

Se eu for começar essa reflexão, ish.
Grandes Abraços e um 2012 foda. :*

sábado, 24 de dezembro de 2011

sparkle sparkle

Então é Natal (enr, que começo)
 não vamos divagar sobre o sentido do dia, até porque não vi muitas atitudes ditas cristãs hoje
pra mim é uma desculpa (boa) pra estar com os amigos, chegados, e tudo mais
acabou sendo um dia estranho, assim como meus aniversários costumam ser. um dia que poderia ser qualquer outro, mas com um clima diferente
(tirando que estou muito emotivo-mas-não-deprê, e quase chorei com o Caldeirão do Huck #geisy)

Enfim, que seja um dia feliz pra todo mundo, independente de qualquer que seja a situação
iria enrolar mais, mas deixa pro final do ano :P
beijos

domingo, 18 de dezembro de 2011

regurgitando

porque nada que deveria justificar realmente justifica
aí qualquer tentativa, e foram muitas, só fazem reviver a sensação de merda
e o fedor
enquanto nada muda, continuo inseguro e fraco
e o outro continua inconstante
sinceramente, não quero mais nada, já perdoei
só queria não ter mais que lembrar
extrair esse pensamento e jogar fora
me deixa!

sábado, 12 de novembro de 2011

struggling

Pra começar, tentei bastante nesses últimos dias dar uma passada por aqui; tentei muito mais ainda soltar algo que estava me incomodando, nem que fosse o stress de algo estúpido no trabalho, ou do meu grande e fácil abuso com as pessoas. Nada mudou, continuo o mesmo chato de sempre. Aliás, caiu a ficha que estamos quase no fim do ano. Odeio essa fase, ter que refletir e fazer planos, mas esse ano passou batido completamente. Muita coisa aconteceu de fato, mas internamente, aqui nesse mundinho fechado ela é incrível e infinito de possibilidades, está no mesmo status de sempre.

Juro que não quero soar depressivo aqui (porque, atualmente, não estou). Vou moderar um pouco.

Novidades primeiro. Meu ex-gerente, vamos chamá-lo aqui de Salgadinho, estava se aprontando pra sair da empresa e falou comigo sobre seguir o mesmo caminho, pois seria melhor recompensado blá blá blá. O emprego seria em Brasília e, segundo ele, a qualquer momento que eu precisasse de ajuda, era só falar. Apenas o fiz ter certeza que eu estava ouvindo, e reforcei meus planos de fazer mestrado como desculpa pra sair da cidade, e que eu precisaria de juntar dinheiro pra me bancar. Me lembrou então do programa de bolsas que a universidade poderia oferecer, e que eu não estaria totalmente desamparado.

Ok, já era outubro e no mesmo dia dessa conversa, olhei o programa de mestrado que tinha decidido fazer; as inscrições já haviam começado. Nesse momento, e durante toda aquela semana, nada mais ocupava minha mente. Para tudo surgia a mesma questão: será que eu aguentaria ficar aqui mais um ano?! E tudo que já me incomodava antes tomou proporções maiores. Lembrando que na semana anterior, meu chefe tinha me anunciado um aumento bem considerável e, consequentemente, um aumento também nas responsabilidades. head exploding anywhere?

Depois de dias só pensando nisso, passei horas pra redigir um e-mail pro meu chefe, explicando a situação. Felizmente ele já estava ciente da minha intenção em sair da cidade, e havia oferecido ajuda inclusive. De qualquer forma foi difícil, diante das circunstâncias em receber essa oportunidade e reconhecimento do trabalho e tudo mais.

As semanas seguintes. Depois que Salgadinho foi embora, fiquei encarregado de continuar o projeto que ele estava desenvolvendo. Quer dizer, nunca vi algo feito sem a menor... não acho a palavra certa, juro; mas enfim, resolvi fazer tudo do zero em duas nervosas semanas o que ele conseguiu enrolar em três-quatro meses. E ainda tive de aguentar ele falando como recebe bem (pra fazer merda? meus parabéns hein) e aproveitando que não está mais na empresa pra jogar merda no ventilador. Consideração e respeito pra quê né?! Da última vez eu ignorei e acho que ele entendeu a falta de noção. Pra completar, ainda fui atrás dos professores que iriam escrever cartas de recomendação, deixando lembretes pra fazê-lo no prazo. Inscrição feita, btw, e resultado no mês que vem.

Em geral, até pra empty love life, estou me resguardando. Estou nos dias que ando tão cansado de mim mesmo, que qualquer pensamento sobre qualquer coisa vira um "cala a boca, Gustavo, vsf", e isso é mais frequente do que pensam. Como pode uma pessoa ser consciente dos problemas, e continuar ainda seduzido (subconscientemente ou não) a repetí-los? That's my business, that's what I do.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

pra quê, né gente?

Então, nesses dias estou muito indeciso. Começando pelos menores fatos, que saem mais rápido. Semana passada fiquei sabendo que haveria um treinamento com a empresa cliente em São Paulo, e que possivelmente eu iria. Deveria estar animado, mas não. A única coisa que me empolgou, por alguns minutos, foi a possibilidade de comprar os álbuns e boxes que não encontro por aqui, e dessa vez tinha economias de sobra. Todo o resto me desmotivava, até a viagem em si (estou com desejo de viajar -pelo trajeto- faz tempo).

Pra falar a verdade, estou um pouco desmotivado com o trabalho. O ambiente está melhor desde que entrei, o trabalho não é muito pesado (pela minha agoniazinha de fazer tudo de uma vez, e minha concentração fora do normal pra coisas específicas). O problema mesmo é que não há muito retorno do cliente, e constantemente ficam mandando coisas mínimas pra se fazer num prazo curto. Resultado: faço rápido, pela prática, e fico horas ocioso. Sem contar na volta, que não consigo pegar um transporte com horário certo; ainda mais depois que roubaram meu celular, o clima fica tenso.

Já o próximo assunto é o mais chato, e é patrocinado pelo ZodiacFacts: "As an #Aquarius, One of your goals in life is to try and sway people to see things your way.". Acontece que passei algumas semanas muito mal, naquela mesma história de sempre de me achar o vaso sanitário do mundo. Enfim, num desses dias conversei sério com pnp (o aquariano da vez) sobre a loucura que aconteceu ano passado, o que reiterou o desejo desenfreado que ele teve pra acabar com o pouco da minha auto-estima. Depois dessa e outras conversas, decidi dar uma chance e moral; porque ignorar e ter ódio só me fazia lembrar o porquê eu queria esquecer, vê se vocês entendem.

Primeiro que já minguei quando fui o seguir de volta no twitter. Aquele flashback bizarro, e de repente todo esse afastamento da minha parte fazia sentido novamente. A mesma sensação chata de ler indiretas, umas mais óbvias do que as outras, e ver como a pessoa fantasia até um "oi". Não demorou muito pra termos uma discussão, porque ele estava crente que mimimi ainda existia algo, e que eu estava dando sinais mimimi. Até agora, tudo ainda evoluiu pra essa conclusão. Paciência.

Sábado passado estava mole, bêbado e -consequentemente- sem noção; e celular com bônus é uma armadilha nessas horas. Apenas falei que a banda que tinha ido ver havia tocado "Shiver, T_T". Mereço uma surra?! Acabou respondendo com a mesma história, como se eu tivesse me negando o tempo todo, ou tentando me convencer disso. Minha indecisão é se continuo me importando, porque acredito que me fará melhor que odiar, e porque é o que a sociedade espera (se me entendem)... Ou cago pra tudo, porque não vai levar a lugar algum.
Você Decide -n

PS: Esse negócio de "as coisas acontecem, quando as duas partes estão dispostas a mudar"... enfim, esse negócio de "as pessoas mudam"... SHITTEST BULLSHIT EVER
PS2: Sim, eu mereço uma surra por ser tão panaca. Me peguem na esquina.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

throwing up feces

gustavo j. diz:
 sooooo bored
Mariana diz:
 dont be
 bored are people without imagination
 you are not this way
gustavo j. diz:
 i'm bored with my imagination
 continuo jeca em não conseguir falar
Mariana diz:
 eu entendo essa as well
gustavo j. diz:
 vc passa tanto tempo conversando com uma pessoa sobre um assunto especifico, aí quando passa vc n tem mais sobre o que falar
Mariana diz:
 concordo
gustavo j. diz:
 aí vem o pensamento "ele n tá afim, ele n tá afim" e acho que ele não tá mesmo
Mariana diz:
 entao move on
 faz como eu
 [aham, claudia]
gustavo j. diz:
 desde o começo eu suspeitava disso, mas fui pq eu queria """"curtir""""
Mariana diz:
 eu entendo
gustavo j. diz:
 mas aí eu não consigo curtir sem intimidade, e isso não teve mesmo
 aí acho que fiz merda (comigo mesmo) e the end
Mariana diz:
 ?:
 * :/
gustavo j. diz:
 não de merda colossal, mas de saber que não ia sair grandes coisas, como eu sonho grande
Mariana diz:
 eu sonho grande tb
 o mais absurdo é que no inicio eu nao sonho grande, e vou levando. ai depois eu cago tuto.
gustavo j. diz:
 pois, menos de 24h e minhas expectativas estão láááá em cima
 por isso que me entedio, pq até quando é pra pensar pra baixo eu não to aguentando
 aí vem sempre o pensamento de que tem gente interessante de menos, em extinção. enquanto eu não posso confiar em quem (aparentemente) gosta de mim. pensamento recorrente
 não do mal deprê, só irritado mesmo com a situação geral
Mariana diz:
 uhum :/

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

nhrrrrr

Parando um minuto pra passar aqui. Sabe quando você para, reflete e conclui que está correndo demais? E aí toda a coragem pra não se importar tanto está prestes a se esvair? Ok, pare agora! Por que se importar, por que regredir?! Ainda não percebeu o quanto isso te consome; e, no final das contas, onde estão os resultados?! Quaisquer mudanças que você fez até aqui são (ou serão, em algum futuro) aprendizado. Nada tem que ser extremamente controlado, você sabe muito bem que não dá pra prever porcaria alguma, ainda mais sobre a reação das pessoas. Então pare, reflita apenas qual será o próximo passo, e não todos os passos errados que fez até aqui. Se você tem consciência e suas ações são honestas com os seus sentimentos, não há o que temer. Apenas deixe que as pessoas te conheçam e alguém saberá valorizar.

(depois de uma baixa fdp, é bom voltar a escrever algo mais light)

terça-feira, 16 de agosto de 2011

poderia realmente ser mais fácil

Cá estou eu mais uma vez remoendo uma história que deveria ter acabado logo. Não consigo esquecer uma crítica, todos já sabem. E apesar de lembrar de ter ouvido as desculpas algumas vezes, sinto que não é o bastante. Sabe por quê? Tudo bem você ter dito que estava se sentindo mal, abandonado, e queria revidar isso com o que podia (dizer absurdos pra se sentir bem?! não sei). Deve ter achado que eu estava nas alturas em ter terminado um relacionamento que há tempos não dava certo, que eu não me importava com mais ninguém. Bom, eu me importo. E diante de tudo isso, de tanto tempo, eu ainda não sei o que foi raiva do momento, o que foi verdade, o que foi dito por você ou influenciado por quem não tinha nada a ver com a história. E, na minha cabeça, certas vezes tomo como verdade, mesmo que não concorde. É, tenho a cabeça fudida, e tenha certeza que você acabou piorando mais do que pensa (ou do que tomou noção apenas meses depois).

A gente aprende.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

de volta?

Esta semana estou um pouco mais livre de tarefas, e como ninguém trabalha aqui perto do meu posto, vou regurgitar algumas novidades pra vocês. Falei que tinha melhorado das boas crise no post anterior. Estranho como tudo melhorou a partir da possibilidade de conhecer alguém novo. E como "alguém novo", leiam "alguém potencialmente e hipoteticamente afim". Ainda acho patético esse negócio de depender o bem estar a alguém, mas né, quem manda nascer tão dependente?! Estive levemente agitado por essas semanas, mas nada muito ansioso-doente; ao que parece não deu certo, porque o rapazinho anda evadindo das minhas propostas pra sair (e ver um filme inocente). Conversei com o amigo dele, e falou que ele é complicado mesmo. Não fiquei muito chateado, primeiro porque nem tudo tem que ser rejeição nessa vida (e eu não poderia cair nesse poço de novo!), e segundo porque lembro como eu mesmo era enjoadinho há alguns anos, até entendo essa posição mais defensiva da parte dele. O que chateia mesmo é voltar à estaca zero, ficar elaborando histórias mentais com paixonites de uma noite. Cansa.

Em casa as coisas estiveram estranhas. Não bastasse minha mãe não prestar atenção no que falo, mesmo quando é pro bem dela, acabei escutando uma que me deixou bastante triste, mas não tão surpreso. Houve um crime relacionado à homofobia aqui na cidade, minha mãe estava no telefone, eventualmente falando sobre o acontecido enquanto eu chego para a janta. Aí tive que escutar ela falando que "o meio contribuiu" e que "não podia dizer quem estava certo ou errado". Poxa, dois panacas matam um cara e há dúvidas de quem estava errado?! Que valores hein? Fiquei realmente mal nessa semana, porque nesse tipo de crime eu fico imaginando se fosse eu, cruzando com alguma turma de babacas desocupados e me dando mal. E ainda ter que ouvir essa... ¬¬

por enquanto é isso, beajs

sábado, 6 de agosto de 2011

i wish i could be strong without the scheiße

Outra vez lembrei que tenho um blog e fiquei pasmo como minha ultima postagem foi em abril!! Já fui um aspirante a blogger mais dedicado, viu?! Nesse grande hiato, ainda tentei escrever exatamente três vezes (esse rascunho está aqui para lembrar), mas ou estava muito cansado, ou o mimimi era tamanho e tão idiota que o mundo seria melhor sem isso tudo. Me deixa com minhas babaquices.

Passei semanas, meses, me irritando com as pessoas erradas, me sentindo pior que nada; achando que eu tinha algo muito errado na minha cabeça, um gene mal feito, uma dúzia de sinapses em falta, sei lá. Me afastei um pouco demais de tudo, porque nenhuma palavra de ânimo iria ajudar. De fato, estava correndo de algum elogio, pois eu não conseguia aceitar que o problema não era em mim. Sacaram o drama? Não foi fácil, mas passou. Qualquer coisa me afeta mesmo, porque eu não sei ainda filtrar o que realmente importa. Try to deal with it.

Estranhamente essas últimas semanas eu me achei mais querido pelas pessoas em geral. Talvez foi só a percepção diferente das coisas.

Enfim, foi só pra documentar.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

irritações de sempre (e outras coisas)

Ultimamente tenho tentado articular palavras para descrever o que venho sentindo. Noites se passam com aquele desconforto interno que precisa sair; mas ou estou impaciente demais pra falar/escrever o que seja, ou estou cansado, e sei que não vou conseguir -nem no dia seguinte- concluir o raciocínio, formando mais um post disconexo pra coleção. Muitas coisas me incomodam nesse momento, daquelas crises que você se conforma por um tempo, mas depois volta como num ciclo de excremento mental.

Há muito tempo penso no que estou fazendo (como se eu não já o fizesse desde sempre, todos os dias), principalmente depois da segunda grande crise durante o ano passado, em que questionei se ainda haveria algum sentimento, nem que fosse complacência, por outra pessoa. Ou aquela avalanche, um disparo provocado por apenas um olhar. Infelizmente, por mais que não concorde, certas críticas ficam reverberando no meu cérebro (defeito #1), que se transformam em dúvidas e evoluem em crises de identidade em dias ruins.

Essa semana pré-aniversário só serviu pra potencializar tudo. Porém, ao contrário dos anos passados, em que me isolava do mundo na minha bolha de piedade, nesse ano foi substituído por um período de impaciência. Afinal, demorou muito para que eu *me* aceitasse; tudo aquilo que reclamo, digo que atrapalha minha vida, era uma parte de mim que queria expulsar. Me parecia mais fácil agir como alguém que mal conhecia, a trabalhar com meus próprios defeitos. Mud days are over.

Mas reconhecer e aceitar não significa estar bem-resolvido. Minha carência absurda (defeito #2) é o que mais me incomoda, e os erros que cometo tentando resolver são ainda piores. É aí que me lembro que no meu aniversário de 2009 eu estava bem. Tinha esperado a vida inteira -literalmente- pra me sentir querido daquele jeito, pra ter a coragem de falar a verdade que podia machucar, de largar tudo por um dia e fazer o que tinha vontade.

Se foi uma fase, quantos anos mais terei de esperar? Eu vejo muita gente sozinha e interessante, mas ninguém está disposto a dar uma chance, ninguém se permite. Digo isso por mim também, eu sei que sou difícil e me comporto como um completo estranho pra todo mundo, esperando a perfeição bater à porta, eu estragar tudo e me culpar pelos meses seguintes. Ainda lidando com os defeitos, estou tentando me desprender das expectativas (defeito #3), mesmo que meu pré-julgamento (defeito #4) faça o contrário.

E que venha um ano menos pensativo.

Fiquei em dúvida se postava no tumblr ou no blog. Mas enfim, serve pra quem quiser ler. Um abraço pra quem aguentou.

domingo, 10 de abril de 2011

the first job

Eu só postei uma vez durante o último mês? Mas quanto cuidado com o blog né?! Na verdade fiquei de contar sobre minha entrevista de emprego, que quase virou um episódio de sitcom. Bem, contarei depois, ou aqui mesmo, depende da minha disposição pra escrever. Que post organizado e premeditado!

Falei de entrevista de emprego, eis que depois que enviei meu último post, pedindo pra que as coisas agilizassem, elas finalmente aconteceram. Uma moça me liga marcando uma entrevista e prova para a próxima semana. No mesmo dia, recebi email sobre o trainee em Curitiba, dizendo que não fui aprovado. Não fiquei abalado, pois tudo que eu queria era uma resposta, positiva ou não. Uma crise de ansiedade básica e bem rápida depois da notícia da entrevista, passei a pesquisar sobre a empresa e seus objetivos, com que tecnologias trabalhavam e quem trabalhava lá. Resolvi não contar a ninguém em casa, minha mãe consegue ser mais agoniada (e ao mesmo tempo, falante) que eu nessas ocasiões; só falei quando estava me arrumando para ir.

Saí com uma hora de antecedência por conta da imprevisibilidade dos ônibus e para procurar o lugar exato da empresa, que só sabia por algumas referências. Saindo do ônibus (que demorou muito a chegar e me deu desconfortos estomacais), passei olhando placas ou qualquer identificação visível. Quando acho a porta da empresa, me deparo com um jegue (o animal mesmo), bem defronte a porta. Ok, eu não moro em um sítio, mas infelizmente ainda existem carroças e pessoas que abandonam os animais a esmo. Houve um momento em que parei pra analisar a situação, tentando buscar um sentido. Continuei andando em direção à porta, ainda com o olhar fixo no animal.

O que não esperava e não prestei devida atenção é que o estacionamento tinha uma corrente pra proteger os carros. Dei uma topada triste, ainda ouvi a corrente batendo nos carros. Não cheguei a cair, me apoiei a tempo, ainda olhei pra uma senhora que passava no momento, fazendo uma careta de pânico, como se eu fosse cair e morrer. Desviei do jegue e, quanto entrei, não havia pessoas na recepção, o que aliviou bastante a vergonha. Se bem que pensando agora, havia um vidro espelhado atrás... oops. Fiquei à espera, e houve um tempo pra que a dor nas pernas se tornasse uma crise de riso contido. Só em escrever a situação, já me dá vontade de rir.

Entrevista e prova foram tranquilas, o gerente (e entrevistador) foi meu colega na graduação e foram dispensadas algumas formalidades, assim como ele disse que seria com o ritmo da empresa. Saí bem confiante, mas sem muitas expectativas. A não ser no final da semana, em que me deparei com minhas reservas quase acabando e tanto a fazer. Segunda recebo a notícia de que fui aprovado (êêêê) e fomos (eu, mariana, palomas e byra) comemorar. Por enquanto está bem tranquilo trabalhar lá. A parte difícil é voltar pra casa e lidar com minha conexão inconstante, a qual tomarei alguma ação assim que tiver dinheiro.

Bom, a idéia desse post era de contar mais coisas, mas acabei parando de escrever e perdi o roteiro. Boa semana pra vocês e volto mais rápido que da última vez. :*

quarta-feira, 16 de março de 2011

whatever happened

Hello everyone! Depois do post anterior, eu devia ter parado de escrever de vez, já que só o que faço é descrever minha rotina super legal, ou então refletir sobre algo da vida que todo mundo tem, mas eu gosto de um palco. Mas não resisto, é minha forma de relatar os fatos aleatórios que me acontecem, fruto de um trabalho inevitável de muita observação. Domingo mesmo passei uma hora depois de acordar pensando no que aconteceu na noite anterior, se eu tava vendo certo, se eu não estava viajando e concluindo mais que o normal. Claro que imagino um monte de situações que nunca irão acontecer (meu jeitinho), se brincar até me imagino daqui a quarenta anos, numa vida em que nenhum imprevisto acontece. Bem, mas antes de chegar ao tal pensamento, que nem é tão importante assim, vamos ao resumo dessas semanas.


Exatamente na quinta antes do carnaval, eu não sei o que aconteceu que iniciou um ataque de trojan dos infernos e meu windows morreu. Byra veio aqui, mas não conseguimos resolver o problema; só no domingo fizemos backup dos meus arquivos e instalamos o windows novamente. Só em casa percebi que não tinha o instalador dos codecs de áudio e vídeo, e ainda por cima o CD de instalação da placa de vídeo não funcionava aqui. Tradução: sem poder ver minhas séries durante o carnaval, e tendo um monitor grande com uma resolução extremamente baixa. Pra completar, nenhuma lan-house estava aberta por aqui e, mesmo se estivesse, eu não iria pôr meu pendrive numa máquina que não conheço. Só poderia chamar a manutenção da internet depois do carnaval e apenas na quarta peguei codecs e drivers em Mariana.

Enquanto isso, o que aliviou foi o pseudo-festival que houve aqui, que só não fui todos os dias pois estava com acessos de tosse e falando como um travesti ao acordar. Gostei bastante de dois grupos: The Baggios (classic rock, psicodélico, que achei parecido com Wolfmother) e Renegado (rap com uma ponta de samba clássico). Terça foi o dia mais morgante, passamos a noite quase toda sentados e ainda tomei uma caipirinha ultra forte que me trouxe más memórias. Além disso, tinha uma banda muito depressiva que não conseguiu empolgar ninguém. Coitados, tecnicamente a banda era boa, mas existem maneiras de empolgar com letras tristes, talvez uns riffs legais e refrões grudantes, e sem rimas toscas. Felizmente o Renegado salvou o dia.

Finalmente sexta de manhã já estava com internet e passei um bom tempo instalando programas, e não foi tão divertido. Sábado saímos de novo, estava com muito sono e um pouco de preconceito com a banda que iria se apresentar. Achei que eles ainda tocavam pop-rock-de-rádio brasileiro, mas me surpreendi. Infelizmente, o público era em maioria bombadinhos e playboys, de forma que eu não tinha pra onde olhar; Mariana até falou que o ambiente estava muito [famosa faculdade particurlar local]. Apesar disso, foi muito divertido, e terminamos o dia com duas pessoas que não imaginava estar em um mesmo ambiente. Uma delas é responsável pelo meu excesso de pensamento dos últimos dias.

Pausa pro esclarecimento: Pessoal que lê esse blog e sabe de quem estou falando, evitem comentários que me enlouqueçam ou me façam sentir mais idiota. Eu sei que vocês me amam, mas evitem, ok?

Voltando, chamamos ele de passiva; porque, bem, o gosto musical dele fala por si (eu fuço o perfil do last.fm de todo mundo mesmo). Nunca gostei dele, pois sentia algo de falso/forçado no jeito dele tratar as pessoas. Minha mania de decifrar as pessoas. Depois do show, ele ficou perto de onde estávamos, conversando com um amigo nosso (que tem namorado, mas não estava). Depois de praticamente todos irem embora, resolvemos sair pra comer. Por causa desse amigo, e talvez porque todos da sua turma não tinham ido ou já foram, ele se juntou a nós. A essa altura, eu já estava há muito tempo sóbrio e extremamente cansado, e não consegui disfarçar meu desconforto com a presença dele (e também da outra improvável pessoa).

Na lanchonete é que não consegui mesmo, pois ele ficou sentado na minha frente o tempo todo. Não xixicocozei nem fechei a cara, mas não estava uma simpatia. Minha mania de me explicar em detalhes. O que realmente me deixou intrigado foram algumas atitudes do tipo "olhe pra mim", ignoradas ou cortadas. Não foram muitas, mas enfim. No dia seguinte o segui, se eu quisesse quebrar o gelo do desconhecido, seria o primeiro passo. Ele me seguiu de volta e retuitou a primeira segunda coisa que postei. Falei isso com um colega meu e ele disse que isso significa em 99% dos casos haha. Os próximos posts me pareceram carentes (mania de decifrar de novo). Minha mente, e em parte meus problemas de falta de confiança dizem que isso tudo é bobagem. Grande chance de ser mesmo.

Fiquei pensando e pensando no domingo, recapitulando o que aconteceu, a linguagem corporal. É muito ruim estar preso a uma possibilidade que, se estiver mesmo certa, seria ótimo e provavelmente daria um brilho melhor à vida. Incertezas, expectativas e uma mente fantasiosa, mas que sina! Bom, o que me parece é que terei de esperar para colher mais provas, assim como terei que esperar por outra resposta de trabalho que deve (ou deveria) sair essa semana.

Um pouco mais de ação, porfafor!

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

desperately thinking (ou o post mais contraditório)

Não estou muito no clima de falar sobre mim, ou descrever meus últimos dias. Nem ao menos tentar dar alguma lição (o personare que me desculpe, mas minha sina não é aconselhar). Minhas crises de solidão vão e voltam inesperadamente, e há momentos em que sinto realmente acolhido, gostaria muito que perdurassem do jeito que são. Sinto a urgência às vezes de que haja uma grande mudança, um marco, e a partir daí eu devo me virar; descobri que funciono melhor sob pressão. A forma mais fácil seria conhecer alguém, o tal alguém, ou então que eu finalmente recebesse alguma resposta de trabalho. Como a segunda opção infelizmente não depende de mim, vamos à procura.

Mas aí lembro de um dos motivos pelos quais não quero continuar aqui: as pessoas. Moro numa cidade dita grande, mas que as pessoas agem às vezes até pior do que cidade de interior. Onde gente da minha idade se fecha em grupos, alguns com nomes até (ensino médio?), e motivos culturais ínfimos são suficientes para tornar esses grupos inacessíveis. Conheço um cara, que descobri morar perto daqui recentemente, cujo gosto musical é praticamente o mesmo que o meu, tivemos aulas durante um período, fizemos um trabalho em grupo e nada de comunicação. Poxa, eu não vou lhe atacar, me apaixonar ou lhe seguir feito um chato; alô, estamos em 2011!

Por outro lado, tenho o meu lado que diz pra ter calma. Pressa, nesse caso, nunca resolveu coisa alguma. Você acaba não conhecendo o outro direito, e já está comprometido. Além da expectativa adolescente de idealizar alguém que o preencherá por completo, gerando uma série de frustrações depois. Á distância então, ish, cada minuto de não comunicação gera mais expectativas ainda. Aos próximos relacionamentos então, me resta ir devagar; não sei mais se acredito no grande amor, portanto basta ter consciência que o próximo pretendente não é tão perfeito assim. Me parece que mais uma vez terei de acalmar minha mente #facepalm.

Outra vez estava vendo Parenthood e, apesar de fofos, os personagens tem uns vícios bem familiares, como nesse diálogo/monólogo: "Eu te amo. Você é bonita, é inteligente, mas você tem esse negócio de sempre precisar de um relacionamento. Sempre precisa de algo para preencher o que se passa de errado dentro de você, o que não é nada bom." Facada nas costas. Infelizmente ajo assim, mas não ao ponto de depositar toda esperança de felicidade no outro, ou pior, depositar todos os problemas para que o outro resolva. Todavia, a perspectiva de ter alguém para dividir tudo, inclusive os assuntos 18+, uma parte de você para cuidar e fazer feliz é uma oportunidade, uma sensação que não dispenso.

Acima de tudo, a perspectiva de ter tido uma parcela dessa sensação, e ter de abrir mão pois não era mais possível é uma situação que ainda me mata, de vez em quando. Não me arrependo, pois estava parando um ciclo de auto-destruição, mas não é algo que me orgulho de ter feito (impressão de já ter falado isso). A parte de "amar a si próprio", aceitar os próprios defeitos, eu já passei. Apenas penso que alguns defeitos meus, principalmente os aleatórios, afastam as pessoas. Às vezes durante as crises, me isolo, recuso a ver pessoas na tentativa de não descontar em alguém, e isso acaba prejudicando.

E mais um problema pra resolver.

PS: 200° post \o\

domingo, 13 de fevereiro de 2011

inutilidades de verão III

"O" final de semana

Há muito tempo havia combinado com a turminha para que saíssemos da cidade por algum final de semana; não consigo passar um mês em casa sem me irritar com qualquer coisa, e minhas últimas férias estão de prova. Mesmo com a urgência da viagem, pois essas férias em especial seriam mais longas, minha falta de recur$os acabou me desanimando nos últimos dias. As meninas (Mari e Paloms) combinaram direitinho com Dueldy sobre nossa hospedagem e saímos na sexta à tarde. Fomos ao show de Zeca Baleiro, na metade; mesmo sem conhecer as canções, foi um ótimo show. Na volta percebi que tinha gente daqui em peso, algumas caras parecidas mas ninguém indesejável.

Logo antes do show, notamos que a caipiroska pronta de maracujá, que compramos na promoção, ia vencer no dia seguinte. Tinha tomado no jantar e era cheiroso, mas descia na garganta com sofrimento. Decidimos então tomar a garrafa toda, e ainda tinha cerveja e espumante restante do reveillón; mais batata palha como aperitivo. Os momentos a seguir foram estanhos: começou com Mariana contando as aventuras de adolescente, citando personagens que eu lembrava de tirar onda no colégio. Em algum momento evoluiu para a legalização da maconha, e nessa parte eu me senti até eloquente porque tinha meus motivos para discordar. Depois mudou para conflitos familiares, foi quando, já no meu limite, misturei o espumante e pensando "o que de grave eu poderia fazer? pular pela janela?". Na mesma hora passou o clipe de 'The Suburbs' na TV e me deu uma vontade absurda de chorar, mas controlei. Foi uma ótima noite no geral, deu pra pensar sobre um monte de besteiras da vida.

Sábado à tarde ficamos na piscina; na minha saudade de nadar novamente, fiz alguma manobra que entupiu meu ouvido direito. Fiquei praticamente surdo desse ouvido até quinta-feira, quando começou a doer e em cinco minutos o otorrino resolveu a questão. O show infinito do Manu Chao foi muito bom, dançamos bastante, um senhor alterado desceu do posto logo atrás pra interagir e gritava "Liberdade!" do nada. Fomos à feirinha depois, quando vi um cara do meu lado, meio forever alone. Não vou dizer que o cara era perfeito, mas... bem, era por aí, totalmente 'meu tipo'. Byra se interessou e fotografou a gente com esse rapaz no fundo; "vou salvar como papel de parede", disse B. Ficamos, mais a turma legal se sempre que encontramos depois, de passar pelos bares. Ainda vi esse cara duas vezes durante a andança, suspirando fundo (e mentalmente) quando ele passava. Devia ser um crime espalhar tanto appeal pelas ruas.

Bem, essa parte da noite foi relembrada no dia seguinte, quando acordei. Acreditem, passei quase uma hora nas minhas viagens mentais com esse rapaz! Como pode uma pessoa (eu, no caso) ser tão... ârr. Me irritei e, com meu ouvido ruim também, deprimi. Já algum tempo se passou depois da minha crise emocional dos últimos meses do ano, e ando tendo crises de solidão de vez em quando; e a situação se agrava quando conheço alguém legal, nem que seja pela aparência, e com a possibilidade furada de algo acontecer. Por que esse mundo é tão difícil? Já pensei que dá muito trabalho ser gay por aqui, numa cidade onde as pessoas andam numa linha ou fútil, ou inacessível. Não aguento mais essa cidade, e não que a capital seja interessante, mas na volta é que esse abuso aumenta.

Balanço da viagem: deixando as crises de lado, foi muito divertido em todos os momentos. Quero outro final de semana assim, aproveitando minhas férias prolongadas.

a volta e a revolta

Ultimamente não venho falando de pnp por falta de necessidade, mas há bastante tempo ele ainda manda mensagens pra mim, por certo esperando ainda que eu ainda queira alguma coisa. Aniversário, dia do amigo, 1 ano que nos conhecemos, ano novo, e mais os momentos inoportunos, por aí vai. Nesse momento você pula a parte que eu me revolto, pergunto o porquê de tanta falta de noção, penso no como eu queria alguém nesse momento e o único que me aparece não merece mais (esse último pensamento é recorrente). Aceito as desculpas, e me custou muito tempo pra considerar e tentar entender a loucura dele, mas aí tenha o mínimo de amor próprio de perceber que é demais pra haver uma volta.

Enfim, essa semana minha paciência esgotou mais uma vez e falei com ele. Afinal, como eu ia conseguir seguir em frente com esse fantasma me perseguindo? Let me LIVE! Pedi pra ele parar, depois uma pequena discussão que quis acabar o quanto antes, e espero que ele tenha entendido. Até porque já chega né?

domingo, 6 de fevereiro de 2011

inutilidades de verão II

Continuando, logo em janeiro peguei todas minhas economias como ex-bolsista e pensei em algum destino para esse dinheiro em meu benefício. Estava há tempo precisando de uma correção nos meus dentes e o momento era apropriado. Apesar da ajuda da minha mãe e dos meus avós, estou liso; em compensação estou com aparelho, me sentindo alguns anos mais novo e um pouco desconfortável por não poder morder meus franguinhos hahaha. No final das contas, era algo que eu queria fazer há algum tempo (e não o fiz por restrições de dinheiro e tempo, nessa ordem), e me sinto seguro pelo que pode vir por aí.

Indo pras responsabilidades, tinha que arranjar algum serviço, trabalho, estágio. Afinal, as pessoas sempre perguntam o que estou fazendo assim que digo que me formei. Confesso que fui desleixado por não procurar algo enquanto terminava a graduação; parte por não saber ao certo o que fazer a longo prazo, parte por não saber o quanto tempo ainda ficaria ligado ao laboratório. Pelo último motivo, decidi me oferecer para outro projeto do mesmo laboratório, e que tem mais recursos para manter graduados. Depois de passar meia hora pra redigir a proposta e alguns eventos que ocorreram depois, não sei se terei muita aceitação; além do mais, a resposta depende do coordenador do projeto, que estava de viagem, então me resta esperar.

Algumas semanas depois, Byra (ou B) me manda uma proposta de vaga. As condições eram boas (para alguém que decidiu não estagiar durante a graduação) e com grandes perspectivas, de experiência até. Depois de me animar muito, vejo que o trabalho é na capital, o que não é grandes coisas, mas muda meus planos. Meu plano original era trabalhar esse ano e me candidatar ao mestrado da UFMG, que tem pesquisas na área que gosto/domino, cuja seleção é em novembro. Por isso não tinha ido atrás de empresas aqui, pois não ia passar sequer um ano trabalhando, e teria que deixar isso claro em algum momento. Uma vez que gastei todo o meu dinheiro com o tratamento, teria que demorar um pouco mais pra me recompor, além de me manter por aqui. Me acostumei com a possibilidade de esperar mais um pouco, mas ao mesmo tempo tentar sair daqui o mais rápido possível. De qualquer forma, estou igualmente animado com as duas oportunidades, porém é sempre a espera e a pressão externa que me matam.

Apesar da urgência de fazer algo (ou me sentir) útil, ou que ao menos alguma mudança grande apareça, tento aproveitar o tempo em casa absorvendo informação. Lembro sempre que prometi a mim mesmo que modificaria um projeto de disciplina cujo código estava me dando náuseas, mas sempre perco a vontade, mesmo pensando nos benefícios (ganhar lembrança do professor e uma futura carta de recomendação ;] ). É como se eu passasse quatro anos abrindo sapos e, agora que posso, dou um tempo fazendo outras coisas. Ok, a analogia é tosca porque programar é divertido, mas vocês entendem.

Por enquanto é só, depois conto como foi o último final de semana com a turminha.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

inutilidades de verão I

Meu dia-a-dia não tem sido muito emocionante esses dias. Depois que finalmente melhorei da mega gripe que tive, e que me fez perder de ir a Natal para a despedida de ghost, venho passando praticamente o dia todo em casa; até porque atrações nessa cidade estão escassas. A convivência por aqui está até suportável, minha mãe está estranha desde que minha irmã e sobrinha foram embora. Estranha num sentido de não estar estressada, querendo discussão toda semana. Nem questionou quando disse, meio em cima da hora, que ia pro show de Amy Winehouse.

Antes da viagem, passei um sábado na casa de Mariana, com toda a turma (Juliana, o namorado dela, Byra e Paloma) vendo filmes. O bom dessas sessões é que sempre eu tenho um ataque de riso com alguma tolice. Estávamos vendo Somewhere e em uma cena Elle Fanning está preparando alguma comida. Mariana disse que era Kitut com inhame, e o pior que parecia mesmo!! Comecei a tremer no colchão, quando Elle derrama algum molho no prato, Mariana diz que é o Sopão da Xuxa. Gargalhadas infinitas, pausamos o filme. Elle corta alguma erva na comida, digo que é papel crepom! Mais gargalhadas.

A viagem então. Saímos -eu, Byra, Mariana e Paloma- sem um itinerário certo e sem idéia do que iríamos gastar. Chegamos em Recife no horário do almoço, fomos ao shopping e passamos a tarde inteira lá. Namorei vários itens da Saraiva de lá, em especial a coleção Peanuts completa e as últimas temporadas de Six Feet Under. Me contentei, mas um dia volto lá e levo tudo (sonhos). Por volta das 18h fomos à fila, muita gente passação, algumas pessoas aparentemente legais e uma moça de short, camiseta de praia e crocs #dead. Já na espera estávamos com as pernas doendo de ficar em pé, mas pelo visto ficaríamos na frente e isso valeria a pena.

Algumas horas depois, entramos e peguei um whisky, que ou estava muito ruim ou me acostumei mal com tanta caipirinha. A primeira música que ouvi foi "I just want to celebrate", que aparece na series finale de Six Feet Under; não era um sinal, mas animou. Logo no primeiro show, de Mayer Hawthorne, um rapaz do meu lado tira a camisa e ficou espalhando e roçando sua lama em cima de mim; e isso era só o começo. Mayer mandou muito bem, interagiu bastante com o público que mal o conhecia. Misturou num setlist músicas extremamente dançantes (se eu tivesse espaço, tirava Paloma pra dançar) com baladinhas de baile de debutantes, que não é necessariamente ruim, mas também não é muito animador para um concerto. No geral, a interação dele balanceou essa baixa.

Entre shows, ficamos eu e Byra não aguentando mais a propaganda da Burn com uma modelo passando mal na balada e se achando sexy e cool. Além do anúncio do show de Jason Mraz, e ficamos imaginando a quantidade de pessoas que só iriam pseudar por "I'm Yours".

Logo depois, o show mais aguardado por mim desde o anúncio do festival: Janelle Monáe. A descobri no meio do ano passado e foi crescendo e se tornando minha obsessão do último ano. A setlist não foi uma surpresa, já havia visto a de Porto Alegre e tinha me preparado psicologicamente. Talvez por causa do tempo, ela não cantou "Oh, Maker", uma das minhas preferidas do álbum, mas cada minuto do show valeu a pena.

O combo inicial, começando pela introdução do mestre de cerimônias, a história futurista contada por Janelle no telão (Suite II Overture), personagens em neon tribal (Dance or Die), luzes aceleradas da cidade (Faster) e cenas do clássico Metropolis de 1927 (Locked Inside) foi simplesmente matador e levantou todos do lugar. Foi assim também com o combo final, Cold War/Tightrope, as músicas mais conhecidas. Mas o que me impressionou foi "Sincerely, Jane", que nunca foi minha preferida do primeiro trabalho, mas sua performance quase teatral me deixou boquiaberto. are we really living or just walking dead now? are we walking dead now?

Outra sessão de modelo passando mal e "I'm Yours" depois, e pessoal que veio de não-sei-onde querendo empurrar tudo pra ficar na frente, finalmente o momento da noite. Confesso que não estava esperando muito desse show; quase nada na verdade. Grande parte pela figura que fazem questão de fazer de Amy: instável, louca, agressiva. Além disso, as críticas dos shows anteriores não tinham sido muito boas.

Tudo caiu por terra logo na primeira canção, "Just Friends", quando ela ensaiou uma dança esquisita e sorriu. Ao mesmo tempo um pensamento me tomou: e se ela fosse alguém que só quer se divertir, sabe-se lá se ela foi reprimida em algum momento da vida?! Nunca vi a situação de ter sua vida monitorada e julgada por todos muito feliz, mesmo quem se satisfaz com tantos holofotes deve ter algum problema. Se ela quer beber às tampas numa festa, teoricamente não é problema de ninguém; mas infelizmente ela é famosa e suas inconsequências (por assim dizer) é aproveitada de forma maldosa pelos outros. Ela deve ter uma vida triste, pensei.

Absorto por poucos segundos nesse pensamento, um arrepio correu pela espinha. Nem nos shows que eu já tinha visto, ela estava tão brincalhona. Já estava preparado para a letra cantada fora do ritmo, uma espontaneidade (por assim dizer) que todos deveriam estar preparados antes de dizer que ela erra as letras. De fato, ela errou na segunda parte da minha música favorita, Wake Up Alone, mas nada absurdamente grave. Analisando friamente com Byra depois, vimos que enquanto Janelle era preocupada em contar uma história, com todos os artifícios teatrais e coreográficos possíveis, Amy por sua vez aposta na naturalidade, mesmo que ela cante do jeito e no ritmo que ela quer; suas letras são íntimas, sentimentos que todo mundo já deve ter tido, e ela demonstra isso nas suas performances (dependendo do humor, claro). Longe de querer comparar as duas como cantoras ou pessoas, mas são duas formas distintas de se apresentar um show. Ambas, naquela noite, foram igualmente prazerosas.

Saímos do lugar antes do bis, com as pernas extremamente doloridas. Quando ela voltou, estávamos no meio do povo, onde havia espaço. Tinha até estranhado a falta de Love is a Losing Game, mas bem a tempo para a última canção. Algum tempo de descanso, chegamos por volta das 2h na rodoviária e cochilei aos tropeços até as 5h. Apesar do cansaço pós show e viagem, e do arrependimento de não ter procurado uma excursão, foi um dia perfeito. E tomara que ocorram mais shows ótimos por aqui.

domingo, 2 de janeiro de 2011

As Músicas de 2010

Desde ano passado eu fico viciado em listas de melhores do ano, quando vi o álbum de Florence + the Machine em praticamente todas as listas e acabou sendo a melhor coisa que me aconteceu no final de 2009, e até agora. Por volta de uma dezena de listas depois, fiz uma playlist de 25 horas de duração e escutei pacientemente. Muitas das músicas aqui citadas não vem de álbuns que gostei 100% neste ano, mas conseguiram marcar uma época, um estado de espírito, uma lembrança, seja boa ou ruim. Acredito que esse é o papel da música, além de divertir.

Antes de começar, um esclarecimento rápido: esse ano foi marcado por um grande e (meio) traumático break-up, então uma parte das músicas é de revolta, ou fossa mesmo. São 15 músicas, o que confere uma mini playlist, então divirtam-se.

15. Kate Nash - Don't You Want To Share The Guilt?
Álbum: My Best Friend Is You (escute) (video)
Difícil me decidir se essa canção foi oportuna ou extremamente cruel para o momento que estava passando. Tinha acabado de terminar o relacionamento, coincidindo com o mês do meu aniversário (que é sempre precedido de um momento de crise existencial). Daí vem Kate Nash, que já tinha várias músicas sobre relacionamentos ruins, ou que nem chegaram a ser, com uma música vulnerável sobre problemas que não podem ser resolvidos. Insegurança, tristeza de algo que deveria dar certo, mentes hiperativas e/ou problemas mentais. Acertou em cheio.
"thinking is one of the most stressful things i've ever come across"

Janelle Monáe - Cold War .14
Álbum: The ArchAndroid (Suites II and III) (escute) (video)
Estando vulnerável diante de toda a pressão do mundo é um padrão que começo a identificar nas músicas que escuto. Infelizmente conheci essa música bem depois de todo o drama, porque o processo de cicatrização seria bem mais rápido. Janelle aqui encarna uma robô que tenta se convencer que não está errada, interprete como um amor dito impossível ou as pressões da indústria da música. De qualquer forma, é daquelas músicas pra cantar alto e espantar os maus sentimentos, ainda mais que (se você estiver escutando o álbum) depois vem a ótima Tightrope, para dançar sem a menor vergonha.
"i'm trying to find my peace. i was made to believe there's something wrong with me"

13. Rufus Wainwright - The Dream
Álbum: All Days Are Nights: Songs for Lulu (escute) (video)
Essa foi a facada final. Não bastasse lidar com a insegurança e vulnerabilidade, ainda vem a frustração de todo o desejo que um "sonho" fosse realizado, mesmo que esse sonho não fosse seu de verdade. E é apenas uma música num dos álbuns mais intimistas que já escutei. Adicione o piano e a voz matadora de Rufus e você tem um representante (ou refúgio) de qualquer decepção que virá pela frente. Calma, as músicas felizes estão chegando.
"i truly loved, which is harder to do than to dream of"

Robyn - Indestructible (Acoustic Version) .12
Álbum: Body Talk Pt. 2 (escute)
Sensação de fila andando por aí? Mais ou menos. Estar "pronto pra outra" é um sentimento que inevitavelmente vem em algum momento, junto com a bravura de encarar o amor-ou-o-que-seja outra vez, mesmo que não seja muito esperto. Escutei o Body Talk algumas semanas atrás (não estava na vibe eletrônica) e me identifiquei de cara com esta canção, e a versão acústica a deixa muito mais franca e íntima que a original.
"i'm gonna love you like i've never been hurt before"

11. Sia - Clap Your Hands
Álbum: We Are Born (escute) (video)
Poderia colocar mais de uma música do We Are Born aqui, mas essa música é uma boa representante do que Sia fez comigo nesse ano. Ao lado do Lungs, com certeza foi o álbum mais escutado (e cantado), e olhe que desliguei o Last.fm várias dessas vezes. Refrão pegajoso, mais a vontade de aproveitar as coisas boas da vida e a sensação de que não devemos desperdiçar a chance. Acertou em cheio, e positivamente.
"shake me out of my misery, oh oh oh"

Mark Ronson & The Business INTL - Bang Bang Bang .10
Álbum: Record Collection (escute) (video)
O retrô veio com tudo, mas poucos executaram tão bem como Mark Ronson. Bem, o álbum é um tanto irregular, mas Bang Bang Bang reúne o melhor do mesmo. Música e clipe extremamente viciantes que deixaram o ano mais divertido. Comentário gay: Mark nesse vídeo hein? nassa!!
"the stories in your head, that's what got you dead"

9. M.I.A. - XXXO
Álbum: /\/\ /\ Y /\ (escute) (video)
M.I.A. foi uma das revelações desse ano. A partir dessa música, conheci o trabalho dela em menos de uma semana (geralmente há uma pausa entre um álbum e outro, para processar). MAYA é um álbum discutível sobre a bagunça que a internet pode ser, muito bem representado pela maquinaria instrumental que ela usou. XXXO não é diferente, apesar de ser a música mais acessível desse álbum. Assim como Cold War de Janelle Monáe, pode ser interpretado como as pressões de um amor complicado ou da indústria da música; ah, e numa geração de iphones e downloads. Não sei se a última opção se encaixa, mas se tratando de M.I.A. é bem possível.
"you want me be somebody who i'm really not"

of Montreal - Famine Affair .8
Álbum: False Priest (escute) (video)
Outro representante justo de um dos álbuns mais divertidos desse ano. Kevin Barnes ataca mais uma vez com suas acidez e frases de efeito, num clima mais divertido (como ele consegue?) e pop. A música é um insulto claro para alguém que o destrói, sabota, sufoca, e por aí vai. Alguma dúvida do porquê essa música estar aqui?!
"go away, go away, go 'way, go 'way"

7. Laura Marling - Goodbye England (Covered In Snow)
Álbum: I Speak Because I Can (escute) (video)
Depois de muita diversão, um pouco de introspecção. Laura "possui um inegável talento pra escrever sobre o amor. Um amor jovem, com franqueza e sentimento autêntico e admirável. São músicas Folk-Rock, um tanto melancólicas e com alguns pedaços 'de parar o coração'.", como disse gpoulain. Ela também foi responsável por minha fase unplugged que durou alguns meses, coincidindo com a fase de reflexão, quase insuportável de tão doída; porém necessária para as resoluções que vieram depois. Bom, complicado escolher uma música de um álbum tão perfeito, mas resume bem o poder que as músicas dessa moça têm sobre mim.
"it's good to hear that you believe in love, even if set in fear"

Everything Is Made In China - Held Back Clapping .6
Álbum: Automatic Movements (video)
O álbum é de 2009 mas teve grande destaque esse ano. Apesar da letra indicar um recomeço depois de fazer tudo errado, essa música me traz um sentimento que só sentia no primeiro álbum do Coldplay (talvez no X&Y também), algo com a melodia que não consigo expressar. Enquanto isso, o clipe é hipnótico e um dos melhores que já vi.
"no way out, no way in. time is up, need to begin"

5. Joanna Newsom - No Provenance
Álbum: Have One On Me (escute) (video)
Ainda no clima de reflexão, descubro o trabalho de Joanna como um dos mais citados em listas desse ano, e bem merecido. Lirismo, harpas, letras extensas e míticas são predominantes em um álbum de duas horas de duração, irresistível para uma segunda audição. Ao mesmo tempo que relaxa pela melodia repetitiva, essa música é um tanto confusa pelo uso de metáforas. Representa o conforto de estar com alguém, aliado a um sentimento de diminuição e desejo de desprendimento, como se estivesse preso a uma situação. Sentimento esse bem recorrente e muito bem interpretado.
"i burned safe and warm in your arms, your arms, in your arms"

iamamiwhoami - t .4
Single (video)
A estréia de 2010. Jonna Lee fez mistério, com trabalhos extremamente delicados e que só me lembravam críticas ao consumo (principalmente no clipe de 'n'). Seus vídeos eram longe de serem previsíveis e ainda renderam um concerto ao ar livre, cuja sensação só havia sentido no concerto visual do The Knife, mas de uma forma totalmente diferente. Ninguém sabe o que será do projeto, mas não acredito que um trabalho de tão alto nível como esse acabe por aí. Acabei falando mais da artista que da música, mas confiram e entenderão.
"we raise our children to the beat of this comforting, bonding love"

3. Arcade Fire - The Suburbs
Álbum: The Suburbs (escute) (video)
Esse é daquele tipo de música que te dá saudade de um tempo que, se você não viveu, gostaria de ter vivido pra poder ter saudade. O álbum inteiro é ótimo, mas The Suburbs ganhou minha atenção de cara, interpreto como quase um hino para uma geração que presencia um mundo inteiro mudando completamente, perdendo a beleza que tinha durante a infância. Não sei o quão planejado esse álbum foi ao acertar nesse tema, mas de qualquer forma o Arcade Fire ganha meu respeito ao retratar tão bem.
"i wanna hold her hand and show some beauty before the damage is done"

Sufjan Stevens - I Walked .2
Álbum: The Age of Adz (escute)
Deixando de lado o tom de despedida e término de relacionamento que essa canção traz (óbvio demais), ela me toca por ter um lado muito mais confessional de Sufjan, assim como o álbum inteiro. O arrependimento aqui é muito sincero, para aqueles dias de reflexão infinita, ainda mais se seguido por Now That I'm Older.
"i should not be so lost, but i got nothing left to love"

1. The National - Bloodbuzz Ohio
Álbum: High Violet (escute) (video)
Também acompanhando as listas, marquei meu reencontro do The National. Há dois anos, um amigo tinha me indicado o álbum Boxer; escutei umas duas vezes e deixei de lado. Como?!?! A voz matadora do vocalista é apenas um catalisador para todo o clima de melancolia abordado nas canções, e de forma ainda mais pesada no último álbum. Eu poderia dizer apenas que essa canção me derrete, mas é muito pouco. Ela me tritura enquanto sinto aquela agitação, como se estivesse me debatendo no colchão; enquanto a letra conta a culpa de que nada paga o amor de um lar, mesmo que a sensação de voltar para o mesmo não seja tão confortante.
"i never thought about love when i thought about home"

Esclarecimento #2: Adele poderia estar nessa lista, mas como o álbum dela tem tudo pra ser um dos melhores desse ano novo, fica como menção honrosa. Rolling In The Deep (escute) (vídeo)