quinta-feira, 25 de junho de 2009

is it wicked not to care?

Lucas é um rapaz calado, de poucos amigos, e estava no meio de um curso. Estava nos primeiros meses do trabalho e estava cheio de afazeres. Acostumado a apenas descansar todas as tardes, ele se viu muito sobrecarregado, e não estava dando conta de todos seus afazeres. Num dia aleatório, Léo incia uma conversação no messenger, o consolando depois de ler uma mensagem de status-desabafo (que o falha da memória no momento).

Lucas só conhecia Léo das brincadeiras que ele tirava sobre suas mensagens de status -provavelmente- suicidas, e também por Léo parecer ser o mais promissor profissional da turma. Nesse dia Lucas estava tão impaciente que deu atenção à mensagem de força e aproveitou pra expressar seus dramas.

Dessa conversa os dois perceberam muitos pontos em comum. Os dois entendiam o que estava se passando com o outro (apesar de certos detalhes omitidos), passaram e até o momento passavam pela mesma situação, tinham a mesma forma de ver o mundo... muito bonito isso, né gente?

No semestre seguinte, Léo convida Lucas, depois de muita formalidade, pra participar de um projeto de disciplina. Meio encantado -e provavelmente cego de admiração- ele aceita por instinto. Foram ótimos dias; no caso, noites em claro pra cumprir os prazos. Durante esse tempo, Léo se encarrega de levar Lucas em casa e no caminho eles conversam sobre coisas (stuff), sobre o curso, religiosidade... essas pseudices.

Terminado o período, que veio a ser o mais estressante até o momento, e depois de um certo tempo, é notável a separação. Lucas, que nunca foi de falar muito, achou que vinha de Léo esse afastamento. Talvez fosse só uma fase, ou ele estivesse mais ocupado que o usual, melhor dar um pouco de tempo, ele pensou. O tempo passou, e a situação não era a mesma: os dois não se falavam, apesar de no momento trabalharem no mesmo local.

Em suas viagens mentais, Lucas dessa vez pensou que, dentre os vários vacilos que comete, um deve ter tido mau efeito em Léo. Por que não ir lá e conversar então? Nesse meio termo, ele percebeu que havia faíscas que demonstravam que estava tudo bem, e que tudo era apenas falta de tempo, algo que até ele já sofria.

Hoje, depois de desencanar e acreditar nas faíscas várias vezes (em ciclos viciosos), mantendo o sentimento de amizade por tempo demais sem retribuição, Lucas ainda não sabe a origem do problema, nem lembra de como isso foi parar nesse estado. Muitos olhares evitados depois e situações que levam a concluir que Léo não merece tanta preocupação, fica o sentimento que algo foi desperdiçado e podemos sintetizar tudo em um sentimento: raiva.

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