sábado, 21 de março de 2009

(my mind) goes over and over the same old lines

Não sei como vocês me aguentam, vou te contar! Às vezes tenho impressão que minha vida é um loop (ou roda gigante) e eu sempre vou pra grandes altas de humor até profundas baixas, crises e muito, muito drama. Não acho que seja bipolar, mas as situações não ajudam, e meu cabelo do tamanho do Brasil também não.

Indo pras novidades antes que esse post se torne incompreensível, hoje houve (está havendo) mais um show da banda dos meus colegas. Infelizmente não pude ir, pois tinha que ficar a noite em casa cuidando da minha avó. Porém deu pra passar na casa de Mariana e de quebra ver Dueldy, depois de tantos anos. Rimos muito, como sempre; no meu caso, eu fiz o sofá tremer com minhas crises.

Voltando pra casa, corri atrás do ônibus que a moça que estava no ponto fez o favor de não parar (e ela ia pegar o tal ônibus, porque deu pra escutar). Fiquei lá com cara de "ô sua ...". Peguei o primeiro que apareceu e no meio do caminho tive que trocar de ônibus.

Depois de um tempo, entram três garotos menores de idade, dinheiro contado de moedas pra pagar a entrada. Um deles, com uma caixa de bombons, me oferece um. Recusei de forma automática, alegando que não tinha dinheiro. O cobrador se oferece pra trocar as moedas do outro garoto (provavelmente o contador). Me deu uma pena de não ter dado uma ajuda, já deve ser difícil demais ficar até 20h ou mais vendendo chocolates pra pessoas mal humoradas (me incluindo).

Foi aí que veio o terceiro, o mais novo, e me pediu algum trocado. Recusei automaticamente de novo (incorrigível?), até que vi uns papéis na mão dele. Pedi pra ver um, daqueles com o pedido de qualquer moeda pra ajudar a família e tudo mais. Enquanto ele ia pro fundo do ônibus, parei, pensei e coloquei (míseros) dois reais. Vocês precisavam ver a cara desse garoto, mostrando aos colegas o grande feito que conseguiu. O cobrador sorriu um belo sorriso e fiquei um pouco embaraçado com a situação.

Antes dos garotos descerem e seguirem seu caminho, o menor oferece um chocolate pro cobrador, por ter trocado as moedas deles. Ele diz: ofereça pr'aquele rapaz ali (eu). O menino ficou todo encabulado, e depois de muita insistência do cobrador, ele veio, me ofereceu e eu recusei (dessa vez não -tão- automaticamente)

Perto de chegar em casa, de novo sozinho no ônibus, o cobrador (que já havia notado há um certo tempo) começa a puxar assunto comigo, me perguntando se eu costumo ajudar sempre. Terminou dizendo que trocou os três reais de moedas por quatro de notas. Totalmente embaraçado, só conseguia concordar e sorrir (gostando da situação, mas querendo estar longe, se dá pra entender).

Ao sair do ônibus, ele olha pra mim, eu dou um thumb-up e uma piscadela e ele retorna a piscadela (talvez encabulado também). E foi assim, provavelmente nunca mais nos veremos e (também provavelmente) viveremos felizes para sempre.

Eu poderia ter pego o ônibus certo, chegado em casa em cinco minutos e retomado minha falsa TPM. Mas um gesto de gentileza, que não custa muito, muda muita coisa.

P.S.: for the record, conversei com Teléfono (o cara de 31 anos que falei no post anterior) hoje, conversa indo muito bem, obrigado. Um ponto a observar é que ele me revelou que mentiu sobre a cidade que morava, e pelo que entendi (ou não entendi de fato) ele não quer citar a cidade minúscula em que vive. Tipo, q? essa cidade deve ser o ralo do mundo então. "Cada um com seus pobrema".

;D

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