sábado, 31 de outubro de 2009

i hide my pain like the rest of them...

Quinta feira aconteceram tantas coisas que parecia mais um seriado. Alguns podres da família revelados, discussão, lágrimas e álcool. Ah, e um show de rock pra acabar o episódio dia. Mas vamos por partes e tentar não ser confuso.

Parte 1: Family Issues

Uma coisa que adoro nas últimas conversas com minha avó é que ela anda soltando uns ‘segredinhos’ da família. Interessante, e compreensível, quando na infância os pais tentam passar a imagem incorruptível e inabalável, querendo os proteger de todo mal. Por isso que quando as crianças crescem e veem a verdadeira face, se revoltam e aí já viu.

Além de contar como meu pai nunca foi santo e como minha avó materna nunca foi com a cara dele, soube quinta feira que meus avôs nos seus early years costumavam beber juntos. Não é grandes coisas, pois essa cidade sempre foi um ovo; o problema é que minha mãe tem trauma de infância com o pai dela, históricos de agressão + alcoolismo. Irônico pensar que ele morre quando minha mãe era criança, em mais um dia em que estava trêbado, e anos depois os dois lados da história se juntarem por um laço, digamos, irreversível.

Ah, hoje mesmo minha avó tava falando do sogro. “ô homi chôco, Deus me livre!”, e como ela não aguentaria se ele batesse as botas depois da esposa (a santa). Eu preciso escrever isso em algum lugar, é como se fosse minha pré-história. Estou louco? Psicótico?

À noite, eu e B estávamos à procura de um cartão de crédito pra garantirmos nossos ingressos no show do Coldplay (tenham noção do que é isso na minha vida!). Depois de sair do computador, falei com minha mãe do tal plano do show, isso depois de ela saber (meio em cima da hora) que eu iria pro show “da banda” mais tarde. Daí foi só o drama, que eu não compartilhava as coisas com ela, que ela era um fiasco como mãe e tudo mais.

Até aí tudo bem, basicão. Daí ela fala que se não tivesse achado minha agenda, nunca saberia da minha orientação por mim. “É porque é super fácil falar uma coisa dessas né?”, falei na bucha. Não satisfeita com o drama instaurado, ela me fala que o sumiço do meu pai foi por causa disso. Toda a raiva acumulada sobre algo que não tinha certeza até o momento subiu, os piores palavrões estavam na ponta da língua, e estava prestes a dizer mesmo. Mas existe uma merda de coisa chamada respeito e, não aguentando, comecei a chorar descontroladamente de raiva.

Tudo bem que ele poderia nem olhar na minha cara, mas abandonar o resto da família, incluindo os pais (que moram com a gente), passar dias na cidade, passar até perto da rua e nem dar as caras é de uma covardia sem tamanho. E agora posso dizer sem o receio de estar pensando demais. Sem falar que numa família com 4 mulheres, sou o único homem da casa, porque meu avô faz questão de ficar no seu canto, isolado. Injusto, muito injusto.

Mas como sofrer não resolve muita coisa, e eu tinha de ir pro show “da banda” há muito tempo. Segurei minha raiva logo, pra não ter que aparecer no local de cara inchada e olhos vermelhos. Se bem que chegar assim num local daqueles queria dizer outra coisa, mas tudo bem.

Nesse CLIMÃO, fui pra casa de B pegar uns filmes e de lá fomos pro show. Tinha tudo pra dar errado: Toda a graduação sabia do evento e iria em peso, o que significaria que os mais transados e proporcionalmente insuportáveis. Outra que eu tinha compromissos da graduação no dia seguinte, porque afinal estávamos no meio da semana :T

Tudo pra dar errado, não é? Pois acabou sendo uma das (poucas) noites mais divertidas do ano!

Continua ;D

Um comentário:

Thay Gomez disse...

Ai, amigo, família é um problema. E é um laço que não se desata nunca, não importa pra onde você corra. Seu sangue vai com você pra qualquer lugar.

Agora, é covardia dele mesmo, não dar as caras passando na vizinhança...