sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

it's not supposed to happen like that, not like that

Nada como o mesmo de sempre aqui em casa pra me sentir inútil de novo, apesar de dar uma de Hércules (não pela força, mas pelos 12 trabalhos). Mais especificamente, o reveillón serviu de lição de casa pra mim, de como não passar mais o ano novo. Ainda bem que estava esperando o pior, porque nunca vi algo tão estranho.

Devia ser umas 20h30min quando meu pai ligou (é, ele não veio) pelo celular da minha irmã, pois ele não queria ligar pra casa e arriscar minha mãe atender. Falou com minha vó (mãe dele) e depois comigo. Perguntou como estava, com voz afetuosa; eu poderia esculhambar, mas meio que amoleço com ele :T talvez por sentir que ele não está muito bem, mesmo não sabendo a razão exata. É, os homens dessa casa não costumam demonstrar problemas quando estão com eles.

Enfim, apenas respondi o que ele quis saber e desejei Feliz Ano Novo. Assisti a novela e depois fui ver um show de Coldplay. Seu Juk não fez nada esse ano, a rua estava um silêncio só. Aliás, não só por isso, uma parte tinha viajado e uma moradora daqui teve uma crise e estava no hospital até aquele dia.

Minha mãe disse que não ia aguentar de tanto sono e foi dormir o.O Resolvi não argumentar e fui ver Ugly Betty (era isso ou apreciar a pseudo-cultura dos outros canais ¬¬') Esperei dar 23h30min e desci do primeiro andar. Minha irmã e minha sobrinha foram dormir também (oi?), assim como minha avó. Ficamos só eu e meu avô na sala assistindo Raul Gil o.O

23h55min e minha vó saiu do quarto dizendo que não conseguiu dormir. Meia-noite, minha vó teve uma crise de choro (sempre acontece); apenas pouco barulho nas ruas, uma buzina de carro muito longe; nos abraçamos, dei um abraço na minha mãe, fotografei os fogos de artifício. Vieram umas duas pessoas e meu avô foi pra casa dos meus primos.

Como perceberam, fiquei em casa com minha avó assitindo MTVLab, enquanto tentava achar algum modo pra me divertir, escutava minha avó arranjar de tudo pra se lamentar, incluindo resmungar sobre o povo que passa o ano na praia (hein? como assim?!). Foi aí que percebi que enquanto estiver aqui ou me importar com tudo o que pensam e impoem aqui eu não vou conseguir viver do jeito que quero.

Decidi então colocar na minha cabeça que esse ano vai ser diferente (num momento em que todo mundo pensa a mesma coisa ¬¬). Ou saía daqui e tentava me virar por aí, tendo ainda uma graduação pra terminar nessa cidade... ou dar um jeito de me rebelar e mostrar ser cabeça feita e menos uma criança indefesa aos olhos da família. Em qualquer uma das opções, vou ter que lidar com a opinião de reprovação, alegações de ingratidão e falta de respeito, até acusações de egoísmo e falta de coração. Talvez essa seja a pior e mais custosa parte.

Aqui tenho a impressão de que estou num cubo hermético e não importa o quanto (ou quando) eu gritar, ninguém vai me escutar. Aliás, não só em casa que sinto isso :T Correntes e vários cadeados pra abrir, um a um (se metáforas nunca são suficientes o bastante), mas eu saio vivo dessa. Ainda é tarde pra pedir terapia?!

Esse vai ser um ano e tanto!

[impressão que já falei disso por aqui]

:T

Nenhum comentário: