quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Tell Me You Love Me

Enquanto meu monitor novo não chegava, fui dando uma olhada nas mídias que tinha. Até que achei essa série, que havia baixado há muito tempo, mas nunca tive coragem pra começar a ver. Foi na mesma época que estava descobrindo In Treatment, e muitas pessoas indicavam como série similar. Como a qualidade técnica e fotográfica não é das mais mirabolantes (não é como Skins, por exemplo, onde as cores realmente importam), assisti com o monitor doido mesmo.


Tell Me You Love Me (ou 'Diga-me que me ama') é uma série sobre relacionamentos entre casais. Todos eles tem seus anos de convivência e, claro, alguns problemas de relacionamento. Depois percebemos, o que é previsível pra quem viu In Treatment, que os casais compartilham uma terapeuta em comum, esta que é casada.

Personagens


David e Katie
Casados há 12 anos, tem dois filhos muito bem educados e uma situação financeira razoável. Mas existe um problema (jura?): eles não fazem sexo há mais de um ano. Katie se sente pressionada, não pelo marido, mas pela cultura de que o sexo é uma medida de sucesso de um relacionamento. A questão levantada é se esta medição é realmente importante, ou justa.


Hugo e Jamie
O casal já está há algum tempo junto e pretendem se casar. Porém, o ciúme excessivo de Jamie gera um desconforto no relacionamento, mesmo quando Jamie não tem muito o que reclamar. Todos os problemas do casal são resolvidos na cama, o que dá pra perceber que eles tem uma vida sexual bem ativa; porém o sexo é apenas jogar poeira pra debaixo do tapete, o que acaba sendo mais um tema a ser tratado na série.


Palek e Carolyn (a Penelope Widmore de LOST)
Carolyn está ansiosa pra engravidar, e acaba recorrendo a vários meios para tanto, de uma forma egoísta na maioria das vezes. Dá pra perceber que Palek a ama bastante, levando-o a fazer o bem de Carolyn, mesmo se arrependendo depois. Além do mais, não é fácil continuar amando alguém que praticamente diz "oi amor, estou ovulando, venha bater o ponto" o.O


Arthur e May
May é a terapeuta de casais que está pretendendo lançar um livro sobre relacionamentos. A relação com o marido é ótima, até exemplar demais, porém assuntos do passado que pareciam resolvidos voltam à tona, abalando as estruturas.

A semelhança com In Treatment é notável, e em algumas cenas soam artificiais, dada a qualidade da interpretação da série de Paul Weston. Um ponto recorrente e polêmico é quanto às cenas de sexo, que chegam à media de 3 por episódio, mas não chegam a ser ultrajantes (com exceção de algumas cenas de Palek & Carolyn, mais pelo objetivo do ato em si) pois tem o propósito de mostrar um relacionamento tal como ele é, ao contrário de vários enlatados americanos.

Com relação aos personagens, gostei muito de Katie, pois ela faz as coisas de forma passional, e é tão sensata quanto a filha. Dentre os que eu menos gostei, estão Jamie e Carolyn, por serem bastante indecisas no contexto de cada uma.

A série teve apenas uma temporada e, segundo a HBO, não foi continuada devido ao seu tema, que poderia chocar ou gerar repercussões polêmicas (da igreja, por exemplo). Bem, mesmo assim eu acho a HBO uma das emissoras mais corajosas nessa questão (vide True Blood, Rome e Six Feet Under), apesar de ser uma pena uma série tão realista (não que eu conheça a realidade de um relacionamento de casal, mas né?) ser cancelada.

A história das séries americanas é cheia de injustiças.

:T

2 comentários:

Thay Gomez disse...

Nunca vi esta série, mas captei um pouco, pelo seu resumo.

Eu acho que deve existir uma boa dose de comédia em qualquer seriado sobre relacionamentos, famílias ou casais, porque se cria a imagem (ilusória ou nã o, depende de cada um) de que a rotina não é sem-graça, como muitos casados afirmam.

De repente, as pessoas se encontram e veem que certas situações não precisam ser encaradas tão drasticamente e pode haver um ponto de equilíbrio.

Séries com muito drama podem apelar para o que for, não funcionam se o público não quiser que aquilo seja real.

E de drama, todo mundo já tem o suficiente na vida, né?

(Falo por mim: adoro comédias românticas)

gustavo disse...

Depois de muito tempo...

Apesar de bastante densa no conteúdo, a série tem seus momentos engraçados. O bom quando se faz uma série séria (perdoe o trocadilho) é inserir personagens ou trechos em episódios que divirtam.

Com 'TMYLM' não é diferente: por um lado tem os personagens que querem curtir, e por outro tem a filha de Kate e David com seus problemas de pré-adolescente, e os pais tendo de lidar com a situação.

Não gosto muito de comédias românticas pois geralmente as situações são oportunas demais, o que talvez não ajude caso você esteja numa situação difícil e sem orientação.

E eu a-m-o um drama (coisa óbvia)
:*