quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

like i wish i had fire

Dia 13 de fevereiro, 12h, rodoviária

Uma vez ameacei terminar com pnp. Acontece que desde que eu me lembro, nossas brigas se resumem a: ele tem alguma necessidade originada por estar com saudade de mim (ao menos esse é o motivo que ele afirma), daí eu não posso satisfazer essa vontade por algum motivo diverso (you know why). Ele naturalmente se decepciona, fica bravo, faz drama e vai embora, deixando o resto do dia para eu me sentir deslocado, pouco dedicado à nossa relação. No dia seguinte, perecendo arrependido, pede desculpas, eu entendo, e voltamos ao normal.

Desde o discurso que ele me fez, me mostrando meu lado mais vergonhoso, eu não me sinto mais confortável. Eu sei que sou descuidado, desastrado, esqueço datas, mas até então eu vinha tentando entender esse comportamento estranho. Eu me via sem paciência, não me importando mais se agradava ou não. O período entre o fim de uma discussão e as desculpas eram preenchidas com um grande vazio, em que eu pensava o quanto esperavam de mim (não só ele) e como eu os decepcionava, um a um.

Tive um bom tempo pra pensar nisso, e estava realmente decidido a terminar tudo. Tivemos uma longa conversa, e ele acabou me encorajando a enfrentar os problemas juntos; me recusava a acreditar que um dia ele mudaria, ou eu mesmo, e daí resolveríamos nossos problemas internos até a eternidade. Porém, resolvi dar uma chance, pois achei cruel e brusca a decisão.

Depois disso, houve a viagem surpresa pra capital, onde prometi voltar (dessa vez, pra cidade dele, onde estaria) próximo ao aniversário dele. Nessa semana, apareceu o relatório de iniciação científica que, além dos meus trabalhos, me consumiria durante esse mês inteiro (lembrando que até parei de postar aqui no blog várias vezes, por causa desse relatório). No começo da semana, o avisei que ia passar o fim de semana do carnaval, e voltaria segunda logo cedo, um dia antes de seu aniversário.

"Ah, obrigado, precisa vir mais não"

Perdi então a tarde inteira daquele dia tentando explicar o motivo pelo qual não poderia estar com ele na terça. Enfatizei que, assim como no fim do ano passado, eu estaria com ele durante três dias, mas tudo que importava era como eu não estaria em um dia específico. Tive mais uma vez muito tempo pra pensar se valia a pena discutir em vão, e passar a maior parte do tempo despreocupado e me sentindo insensível por causa disso. Nada mais fazia sentido.

No dia seguinte ele não apareceu, respirei fundo e deixei passar; ou seja, mais um dia pra pensar. No outro dia, logo cedo, envio uma mensagem dizendo que precisaria falar "algo sério". Mais tarde, o vejo escrever que estava com saudade de um certo alguém. Não tive como não pensar que ele só escreveu isso pois se sentiu ameaçado de alguma forma.

Foi aí que tivemos outra longa DR conversa. Pela primeira vez, ele disse que estava exigindo demais de mim, e que tomou essa decisão depois de conversar com uma amiga (ou seja, tudo que tentei mostrar até agora não valeu). Depois que insisti muito nos mesmos argumentos (de terminar), ele se irritou.

"quer dizer que vai ser sempre assim, você vai ameaçar acabar porque a gente brigou?"
"não, dessa vez eu decidi"
"acabar?"
"sim"

É, eu sei que fui mau. Depois disso, acabou a energia elétrica onde ele estava e passamos dez minutos no telefone, ele aos prantos e eu me segurando, pois estava na universidade. Ele implora pra que eu vá pra cidade dele no final de semana, mas andava tão desmotivado de tudo, que não poderia prometer mais nada.

Não pensem que eu não gosto dele, mas às vezes só amar não mantém duas pessoas juntas. Além disso, eu não posso gostar de alguém e fazer de tudo por essa pessoa, se no meio do caminho estou desviando de mim mesmo, e não gostar do que estou vendo. Pensei várias vezes que, se algo assim acontecesse com qualquer outra pessoa que gostei na minha vida, eu a teria chutado fora desde o começo. Desta vez eu me esforcei e tive paciência como não o fiz por nenhum outro, e olha só o resultado.

Agora estou aqui na rodoviária (pra constar, cheia de gente), ainda sem vontade, esperando o ônibus chegar daqui a quatro horas. Ainda bem que trouxe papel e lápis dessa vez.

:P

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