terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

does you inspire you?

Desde o início do ano que estou passando os dias em casa. Desde então não havia saído pra casa de ninguém, o que é normal pra mim nesse período de férias. Na terceira semana de janeiro, voltei pra universidade pois, segundo o CNPq, eu não tenho férias (bleh). Nesse caso, meus dias se resumiam a ver seriados durante a manhã, eventualmente ajudar no almoço e ir pra universidade à tarde. Mó programão, mas era divertido.

Até que...

Estranho como me sinto sufocado em casa, não pelo ambiente, mas pelas pessoas. Minha mãe sempre fala que nunca teve carinho dos pais, e como tem gente que hoje é que nem ela anos atrás; isso tudo como justificativa (ou motivo) pra eu não reclamar dos excessos. Como se todas as pessoas do mundo realmente sentissem essa necessidade de apoio 24-7. E se eu quiser ficar sozinho, sem interferências. Oh well, esqueça, Gustavo, eles não entendem seu pensamento antisocial.

Passaram os dias e, num sábado, estava conversando com pnp. Já era quase noite quando ele me "pede" pra ir à capital naquela mesma hora. Nem se o mundo fosse igual às novelas de Gloria Perez, uma decisão dessas não é tomada do nada (ou é? o.O). De qualquer forma, falei que não podia, que tinha que avisar (o que não é o mesmo que pedir permissão, mas tem consequências iguais).

Por muito tempo argumentei que não era simples, e ele, mais uma vez, disse que se fosse com ele, ele largaria tudo para ir. Beleza filho, desculpe se sua família não quer nem saber onde você está; juro que isso ficou na ponta da língua. Eu já estava chateado por não poder ir, por me sentir sufocado, e também por pensar na minha situação aqui (em casa) várias vezes e todos os dias. No primeiro sinal de que ele ia fazer um discurso de como eu deveria me comportar, avisei logo: "não to afim de ler isso não".

Mas quem disse que ele parou? Linhas e linhas subiam e eu lendo uma palavra aqui ou ali, já adivinhando toda a história, a mesma história de sempre. Fiquei tão mal comigo mesmo que saí, desliguei o computador e fiquei preso na minha própria realidade mental, enquanto fingia ver televisão.

Mais tarde, usei a desculpa de lavar a louça pra poder ficar só (coisa difícil de se conseguir) e pensar sobre o quanto estou sendo idiota. Nenhuma mensagem iria me acalmar. Pelo contrário, cada vez que eu pensava em alguma senhora de meia-idade vindo aqui dizer como "ter um filho assim é uma bênção" #vsf, ou quando o próprio pnp dizia o quando eu era "especial" (como odiei e odeio esta palavra, Lord knows), aí é que me dava mais revolta.

Afinal, o que eu estava fazendo pra mim, no final das contas?! Não muito, e cada vez que me perguntava, menos parecia. Chorei de raiva, muito. Pnp a essa hora já tinha mandado mensagens de desculpas, e nenhuma ajudava, e eu também não podia culpá-lo por algo que desde o começo é minha culpa.

Passei sábado e domingo nessa situação, e no domingo à noite, momento mais depressivo da semana, tive a idéia de passar um dia na capital; não pra dizer que ele estava certo, ou pra provar que sou imprevisível (rindo litros), mas pra fazer um auto-agrado. Até o último momento não sabia se realmente ia; avisei em casa que ia pra universidade cedo. Antes de pegar ônibus pra rodoviária, liguei pra saber se ele ia sair, ou algo parecido. Ele quase teve um ataque quando avisei que iria pra lá.

Em resumo, a viagem foi muito boa, não deu pra aproveitar como a gente queria (afinal, ele está numa 'república'), mas deu pra conversar sério, conhecer os amigos dele, lesar um pouco, etc etc. Bom, o final da viagem vocês já sabem hahahah.

Nos dias seguintes, já estava bem melhor, mas inevitavelmente voltei à rotina (taurinos, pff). Eu queria *somente* ter coragem às vezes, sabe?!

Um comentário:

Mariana. disse...

"eu lendo uma palavra aqui ou ali, já adivinhando toda a história, a mesma história de sempre. Fiquei tão mal comigo mesmo que saí, desliguei o computador e fiquei preso na minha própria realidade mental, enquanto fingia ver televisão."
>adorei esse trecho todo! queria poder favoritar! kkkkkk

"Chorei de raiva, muito."
sempre achei massa como tu chora. é tão fácil te imaginar chorando.. kkkkk. #random