quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

let the drama explode

No mesmo dia que patonoseplay declarou algo talvez cedo demais para se dizer, algumas horas depois minha mãe inicia uma D.R. (i.e. discutir relação) comigo. Acontece que no mesmo dia ela fez um piti por uma declarada brincadeira que eu fiz; aliás, ela sempre fica impaciente (na defensiva) quando tem de vir ao computador por qualquer motivo. Uma vez eu fui salvar minha senha do (cof cof, meu) orkut no computador, pra ela poder acessar diretamente, e ela fez o maior show, dizendo que eu estava escondendo coisas dela (oi?), não deixando eu nem dizer um "quê?".

O incidente desse dia tinha sido pela manhã ainda, e ela ficou o resto do dia respirando fundo, batendo as portas com força e, mais tarde, chorando como estivesse perdendo os cabelos. Nisso, fui à tarde pra casa de B. adiantar os projetos de disciplina. À noite, com aquele climão, fiquei logo impaciente; decidi dormir assim que o bloco do Fantástico acabasse. Num timing impressionante, quando apenas pensei em levantar, ela pergunta: "Eu só quero saber de uma coisa, Gustavo: o que é importante e o que é prioridade na sua vida?"

éoquê?!

Daí foi aquela história que eu já sabia: desde o que minha irmã, e depois meu pai, aprontaram e agora com o sumiço do meu pai, as coisas não andavam nada bem lá em casa... e eu não estava nem aí. O motivo principal, como já disse, é que eu precisava viver a minha vida, desde que deixei de ser o garoto que só estudava e estava satisfeito. Precisava deixar de me preocupar com os problemas de quem, desculpa o egoísmo, devia estar me ensinando algo. Ou vocês acham que é culpa/responsabilidade minha meu pai dar uma de adolescente e f-u-g-i-r dos problemas que um Pai deveria resolver?! Ou o fato da minha irmã... bem, a atitude é tão burra que nem merece ser comentada.

Discutindo de assunto em assunto, ela deixou subentendido que eu simplesmente estou me divertindo durante as infinitas horas que passo na universidade, batendo "altos papos", como se fosse escolha minha chegar meia-noite ou mais em casa. Ah claro, se eu tivesse de escolher entre passar horas na frente de uma tela brilhante e dormir, lógico que estaria dormindo! Insinuou até que eu estava farrando nos finais de semana em que ia pra universidade, incluindo o dia em questão. "Sim, mas você não respondeu minha pergunta. O que é importante e o que é prioridade na sua vida"

#killmewithaknife

Disse que minha prioridade era terminar a "m...porcaria" do curso o mais rápido possível, pois não estava aguentando mais, e reiterei que estava trabalhando, mesmo nos dias que chegava ainda tarde em casa e ia pro computador (e ela acordada enquanto eu não chegava). Ela franziu a testa, provavelmente não esperava essa resposta. "Mas não era o que você queria?!" "Sim, não quer dizer que não esteja difícil" "E por que só agora que você tá reclamando??" "Porque a cada semestre está ficando pior!".

Inevitavelmente os asssuntos voltaram pro problemas de casa, e de como a posição dela não era fácil (se preocupando com todo mundo) e ninguém entendia; como se alguém parasse pra pensar como eu estou, incrível como talvez toda mulher faz esses dramas de auto-flagelo, algo que tenho mas não preciso estar compartilhando com ninguém... coisa mais inútil. "Diga logo que eu sou a pior mãe, que você queria algo melhor", pus a mão na cabeça, querendo ter força suficiente pra apertar e esmagá-la (a cabeça, no caso).

"Diga pelo menos algo que posso melhorar"
"Só que não precisa se preocupar ex-ces-si-va-men-te comigo"
"Excessivamente?"
"E não é não?"
"Ah, Gustavo, que bom que você não tem filhos...", como se fosse algo que se aprenda nos livros
"Realmente, ainda bem"

Foi pro quarto dela, chorando. Eu já tenho a skill de ignorar, fruto de anos de dramas inúteis que apenas provavam (e cada vez mais) que eu era o menos culpado/responsável por tudo que acontecia. No dia seguinte, acordei super arrasado pra pensar em qualquer outra coisa. Quando chego na universidade, PNP está lá no messenger.

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Esse dia rendeu mais de 800 linhas de conversa, começando com ele querendo saber como eu estava e o que estava acontecendo. Não sei como aconteceu, mas não demorou muito (na minha noção torta de tempo) pra eu me sentir melhor. E assim se manteve por muito tempo.

Até que...

Ele me pergunta se eu já providenciei minhas passagens pro show do Coldplay ano que vem, e minha resposta foi "sim". Primeiro ele ficou chateado por eu não ter contado; e foi tão complicado comprar essas passagens que eu só dei como certas quando a companhia aérea me comunicou, instantes antes dessa conversa. Depois ficou chateado por eu não ter combinado o dia das viagens com ele, pois nos pensamentos românticos dele, ele imaginava indo e voltando no mesmo voo que eu (e B. que ficasse segurando vela ¬¬).

Primeiro ele estava pensando em ficar a semana toda em São Paulo, eu disse logo que não dava pois minha $ituação não permitia, além do show coincidir com a volta às aulas. Depois, pensou em estar comigo numa casa alugada lá, com o pessoal do chat do Coldplay (umas 12 pessoas). Disse que ia ver se meu amigo (B.) ia querer. Claramente não ia dar, pois além de não conhecer essas pessoas a ponto de dividir o mesmo lugar, nossos (meu e de B.) planos de turistar iam ser destruídos.

Foi justamente nesse ponto que eu o decepcionei ao máximo. Ele fez um drama enorme, pois eu não ia ficar do lado dele, não iria viajar com ele, e que a viagem não faria o mesmo sentido se eu não estivesse lá. Eu expliquei que já havia planejado com B. há muito tempo (desde março) essa viagem, e que seria uma viagem nossa, pra comemorar o curso, os anos de amizade, whatever. Expliquei também que iria ficar dois dias em São Paulo, antes do show, tempo suficiente pra eu encontrá-lo (e o pessoal do chat também). Mas não adiantou. Ele postou algumas mensagens de raiva pelo twitter e foi embora. E eu com vontade de batê-lo por pensar que nem... eu, planejando cegamente e ficando _uto com o mundo inteiro por dar errado.

No dia seguinte eu tento reanimá-lo, sem sucesso; ele ainda está chateado. Pouco tempo depois ele age naturalmente, me deixando confuso. Foi quando eu tive de ressuscitar a história (pois gosto de coisas claras), a fim de tentar achar um meio termo (mania minha). Prometi que o procurava assim que chegasse em São Paulo, mas que também teria que executar meus planos turísticos com B.; e foi assim que o convenci. Ainda estava chateado, mas convenci.

E estávamos discutindo algo que vai acontecer daqui a mais de dois meses, já perceberam?! Acontece que ele viaja mentalmente demais, planeja demais; algo que faço hoje, mas com muito menos intensidade. Daí a voz de Mariana ecoa:

"Tenha paciência. Não fique irritado com as pessoas só porque elas não são 'evoluídas' como você"

Bem, paciência eu terei, e estou tendo. Antes disso tudo, ele falou que ficou inseguro por estar falando a palavra de três letras pra mim, se ele estava no timing certo. Falou até dos últimos casos, e como eles mostraram que ele não ia mais conseguir encontrar alguém. Contei meus casos também (mas nunca divulgar esse blog, please), e disse que já pretendia falar "TE _ _ _" antes, mas estava com o pé atrás (sempre).

Hoje está normal... e fofo xD. Parte eu posso dizer que foi pela nossa franqueza até agora; ele diz que quer saber tudo sobre mim (cof cof), e que tem confiança em mim. E de alguma forma estranha e boa sinto confiança também. Double Win

\o\

2 comentários:

Mariana. disse...

Simplesmente amei esse post!
Bem grandão, uma história contínua, tudo bem claro. Gostei de verdade.
Ainda deu pra rir!
E obrigada por ouvir o que eu falo. Eu sei que muitas vezes eu não faço o mesmo... Desculpa. haha
Sou meio bããã.
xoxo

Thay Gomez disse...

Mães podem ser... ¬¬
Pois é, algumas quebras de privacidade doméstica (como ler suas cartas) e fantasiar que a gente apronta mais do que estuda.

Sabe que faz muito tempo que não vejo o Fantástico? (O.o)

"#killmewithaknife"
hauahauhauahauahauhauahauhauauahauha

Mas é: elas não dormem enquanto você não chega. Mesmo se estiver a 200km de distância.