sábado, 15 de junho de 2019

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Ponha em mente que eu estou escrevendo isso depois de terminar um livro de Clarice Lispector e tomar cervejas demais. minha situação de solitude nessa cidade também não ajuda.

Tudo começou com o pensamento de que a música me salvou. Não sou músico nem nada parecido, apenas apreciador. Mas me veio a reflexão de que eu uso música para abafar meus devaneios. Sabe quando você está cheio de si mesmo? Aqueles pensamentos que parecem transbordar?! Pois é, segurei o choro enquanto esperava o hamburguer na lanchonete, e aí me vinha Onanon de Kelela na cabeça, pois a escutei mais cedo, enquanto frases não ditas tentavam vir à tona. Eu realmente achei que faria uma cena a qualquer momento. Mas consegui chegar em casa a salvo.

Mas voltando ao pensamento original. Talvez seja por isso que estamos imersos em música. E toda semana tem um novo hit. Pra não termos que lidarmos com nós mesmos. Acredite, eu lido comigo mesmo até demais. É uma bênção disfarçada, ou uma alienação do bem.

Mas se eu tivesse que lidar *mais comigo mesmo, talvez eu não aguentasse. Mas talvez eu desenvolvesse melhor minhas neuras, talvez eu escrevesse alguma obra à la Lispector ou Woolf; ou alguma música bem emo. Muito provavelmente eu não aguentaria. Então obrigado, acho.

Pra não perder o fio da meada, os pensamentos do dia. Imaginem comigo: você *sabe que algo não vai dar certo (estou falando de relacionamento), mas você leva pra frente porque pareceria que vocês está sendo pessimista; mas suas ações de alguma forma são pautadas em que não vai dar certo mesmo. E voilà, depois de algum tempo não dá certo. Então, o que veio primeiro: a sensação ou a ação?!

Às vezes fico triste por estar sozinho nessa minúscula cidade. Mas dói saber que não me vejo mais com vontade de criar um novo "ambiente" porque cada um tem suas coisas, seus próprios rolês, seus próprios amigos. Não é necessariamente a sensação de não ter valor; não é isso. Sei que tem parte minha nisso também... mas não sei. É um pouco a parte que transborda.

Vou escutar alguma coisa